Segunda, 25.
O espectáculo terminou e o pano desceu.
Vamos ter o comentador Presidente da República, no PS vai haver escaramuça
porque o apoio dado a Nóvoa pelos barões do partido em desprimor de Maria de
Belém foi uma aberração, um tipo que andou a ser desafiado para se despir num
programa de televisão pela marrequinha e não passa de um saloio esperto, teve
mais votos que os “independentes” que aproveitaram as eleições para se
promoverem, mas quem verdadeiramente ganhou a partida foi uma vez mais as
abstenções com para cima de 50 por cento. Mas disto, chiu!
- Uma grande tempestade de neve assolou os Estados Unidos nestes últimos
dias paralisando Nova Iorque, retendo milhares em casa, sem transportes, a vida
suspensa de um manto espesso de um metro impedindo o normal quotidiano
americano. Os mais afoitos, esquiavam no Central Parque, as crianças
divertiam-se à porta dos imóveis. Contudo, ao todo houve 30 mortos. Ainda há
quinze dias, a população exibia-se em mangas de camisa ao sol, feliz com o
clima “nunca visto”, atirando ao chão os cientistas da desgraça que ganham com
as contradições da ciência sobre o aquecimento terrestre. A Natureza, soberana,
impõe-se e derruba todas as fantasias.
- Encontrei outro dia o homem que este Verão me obsequiou com uma
quantidade de lenha que ia queimar e eu recuperei in extremis. Na troca de palavras, aconteceu o inesperado: ele
ofereceu-me mais uma carrada e foi ao ponto de disponibilizar-se para ma trazer
a casa. O que aconteceu sexta-feira. Chegou com a carrinha atulhada de
madeirame de todos os formatos e qualidades. Pensando que eu não tinha com que
a cobrir, trouxe também um grande plástico. Em dois dias carreguei para debaixo
do telheiro umas arrobas de lenha seca e capaz de me evitar adquirir no próximo
ano a tonelada habitual que alimenta as três lareiras cá de casa e com isso
poupar duzentos euros. Tanta generosidade deixa-me sem jeito, para falar o
brasileiro das telenovelas.
- Por esta altura, alguém anda a ler O
Rés-do-Chão de Madame Juju. Ontem deitei uma olhada ao original e logo
esbarrei com duas gralhas. Que tristeza! Ninguém imagina como me incomoda ver
estas manchas negras num livro! Sinto-me impotente para as remover, pelo
simples motivo – estou demasiado envolvido com a história. Só um revisor o
poderá fazer. Não é fácil para mim, não obstante as muitas revisões que fiz,
ter controlo absoluto sobre quase 500 páginas e 873.627 caracteres. Agora que
fico destruído, fico.