segunda-feira, janeiro 18, 2016

Segunda, 18.
Os Estados Unidos levantaram parte das sanções internacionais impostas ao Irão, foram trocados prisioneiros, houve discursos e sorrisos e abraços, os até há pouco inimigos tornaram-se colaboradores, o programa nuclear iraniano foi esquecido e o Irão tornou a ser um amigo e um aluno exemplar. Bom. Só Israel que tem fama de os topar a todos, parece descrer da honestidade de Teerão e adverte Washington da ingenuidade de Obama. O futuro dirá quem tem razão. Contudo, eu estou inclinado a achar por antecipação que é Telavive, dada a política habitual americana nesta como em tantas outras questões. Entretanto, o prémio seguirá em breve na forma de uma encomenda de 114 aviões Airbus, no valor aproximado de  20 biliões de dólares..


         - Sábado, sob um sol de Inverno saboroso, percorri com prazer a feira dos brocantes, em Setúbal. Animada como poucas vezes a vi, por lá me demorei a ver livros antigos, discos, cerâmicas e em saborosa conversa com o António que como eu está preocupado com o novo lay-out do Jornal Público. Ele escreve nas suas páginas e mostra-se apreensivo pelo futuro do jornal que já despediu uns quantos jornalistas. Disse-lhe que a moda, atendendo à redução de leitores em papel, preferência os artigos de fundo em desprimor das notícias, até porque na maioria eles são peças traduzidas e, portanto, mais baratas. Talvez a decadência venha de trás, quando os jornalistas começaram a render-se aos proprietários da Imprensa, depois aos políticos e por fim à presunção de deixarem de dar notícias para passarem a fornecer opiniões. Sem deixar de lamentar o panorama da prática jornalística de hoje, onde a amálgama de vaidades e juízos, transformou o jornalismo numa actividade subserviente e agradecida. Julgo até que se os jornais online têm leitores, é porque aí o mundo chega na forma de notícia sem que o leitor tenha precisão de saber o que dela pensa o jornalista. Para isso, como no meu caso, prefiro os artigos de opinião com a chancela do seu autor.