segunda-feira, novembro 06, 2023

 


Segunda, 6.

O Governo do senhor Costa soma e segue casos e casinhos. Talvez não viesse mal ao mundo e até animaria a malta, não se desse o caso de estar em jogo mais uns  milhões dos nossos impostos e vidas para sempre miseráveis. Desta vez foi o negócio embrulhado de mistério na venda da Efacec aos alemães. Desde que a nacionalizou em 2020, o Estado meteu lá 360 milhões de euros. Vende-a agora a um fundo de investimentos com perda, numa acção para se ver livre de uma empresa que seria útil à Nação se fosse gerida por gente competente fora dos partidos. É por estas e muitas outras que continuamos pobretas e alegretas. E socialistas, bem entendido. 

         - Duas surpresas imprevistas: a visita de von der Leyen a Kiev e de Boris Johnson a Telavive. Que andarão estas cabeças a cozinhar. 

         - A mim quer-me parecer que muitas das desgraças do momento actual, nasceram no pós-guerra: o Tratado de Brest-Litovsk, em 1918; o Tratado de Bucareste, em 7 de Maio de 1919; o Tratado de Saint-Germain-en-Laye, em 10 de Setembro de 1919 e o Tratado de Trianon, em 4 de Junho 1920. As fronteiras da Europa e do Médio Oriente, foram então reescritas com tudo o que isso implica para o futuro.  No caso do sionismo, a possibilidade de alcançarem a Palestina e aí formar um Estado judaico, era a forma de reunir num local mítico, os desventurados da Diáspora. O mito da promessa bíblica ao povo eleito, persistiu através dos séculos como algo nunca realizado por Deus a Israel. O seu alyah (palavra hebraica que designa o regresso dos judeus a Israel), foi finalmente realizado em 1948 com a criação do Estado hebraico. A Europa pediu perdão aos martirizados judeus e realizou, enfim, o seu sonho materializado no Antigo Testamento que os rege: uma pátria e um local legendário – a Palestina. Todavia, a ideia de raça e concomitante relação com a religião, é tema que faz pensar. Talvez um dia o farei à minha maneira, neste murmúrio incessante em que está transformado este diário. 

No altar sagrado da escrita à hora em que o sol do Outono sobre ele se espreguiça.

         - Fui fazer meia hora de natação. Ou é dos meus olhos e cabeça perturbada, ou o homenzinho que antes das férias me ofereceu o olhar à nudez do seu corpo careca, parece lançar-me agora um convite à dança. Saberei eu dançar? Ou descida a cortina do plateau a excitação perde toda a graça, inanimada nas tábuas da exaustão?