quinta-feira, novembro 16, 2023

Quinta, 16.

Viver nesta democracia exige muito de todos nós. Temos de ter nervos de aço, saltar por cima de conceitos como socialismo, comunismo, social-democracia, direita e esquerda, valores humanos e ambições pessoais, governantes incapazes e mentirosos, oportunistas e gananciosos, que se misturam, engrenam, oscilam em danças leves de um lado para o outro conforme ventos de feição. Nesta democracia não há sossego, não se vive cordialmente, andamos sempre de baldão, e como somos incultos e não fomos educados a conhecer os valores democráticos e as correntes políticas que os sustêm, acreditamos que o PS é socialista, o PCP comunista e PSD social-democrata. Depois, quando por momentos reparamos que um ou outro corresponde ao que apregoa, logo nos desiludimos porque afinal ele não está ao serviço da nação e do povo, mas alcandorado nos interesse partidários que tudo subjugam da plebe aos princípios ideológicos, da economia ao quotidiano de todos e de cada um. No quadro actual não há ninguém em quem se possa confiar, como se 50 anos de democracia tivesse criado uma máfia de gente corrupta, nas tintas para o bem comum, enredada numa teia de proveitos onde só entra quem tenha o passaporte da cumplicidade que submerge esta triste aberração de governantes. 

         - Diz o Público que Escária, o amigalhaço do senhor Costa, pediu em Outubro à CGD um empréstimo igual a um terço do dinheiro apreendido no gabinete ministerial. É igualzinho ao truque utilizado por José Sócrates para comprar o andar de luxo na Braamcamp. Ele tem um excelente mestre. 

         - Angusto Santos Silva (oh, quem ele é!), Fernando Medina (outro) e Vieira da Silva vão apoiar José Luís Carneiro à liderança do PS. Eu se fosse ao ilustre futuro presidente do Partido Socialista, desconfiava. Até porque o concorrente dito de esquerda, parece que deixou cair essa bandeira e situa-se hoje ao centro (morde aqui a ver se eu deixo...).  

         - Fui fazer hoje três quatros de hora de natação, um pouco mais porque tinha a faixa toda para mim. Antes tinha estado a reler as páginas que narram o acidente de Leonardo (marido de Ana Boavida) do qual resultou a sua morte. Emocionado, como se nunca tivesse tido conhecimento do desastre, acostou-se em mim a certeza que alguém havia escrito o triste episódio – eu é que não fora.