sábado, novembro 19, 2022

Sábado, 19.

Não nos bastava o trágico espectáculo de Ronaldo desafiando a natureza que tende à arrastar-nos para a decadência e ele, grande egocêntrico e primário, não aceita; ainda tivemos a descoberta de um punhado de polícias, cerca de 600, da PSP e GNR, a escarrar postas de ódio e xenofobia contra africanos, políticos, homossexuais nas famigeradas redes sociais. A Procuradoria-Geral da República instaurou um inquérito para apurar a prática de crimes por forças da autoridade que têm o dever de proteger as comunidades, todas no seu conjunto e cada membro, e não ameaçar, ofender, destilar vingança e endeusar o Chega como sua fonte de inspiração e refúgio. Tudo isto, numa democracia consolidada (pelo menos até hoje), à revelia dos direitos constitucionais, contra todas as leis da República, covardemente protegidos por alçapões tecnológicos, alguns utilizando nicks outros os seus nomes próprios. Só espero que não seja mais um inquérito que se estende por anos e todos os culpados sejam, pura e simplesmente, expulsos das respectivas forças policiais. Confio em José Luís Carneiro que é dos melhores ministros de um governo sinistro. 

         - Mas para que o ramalhete azarento fique completo, há que acrescentar o tatibitates do seu presidente. O homem de duas uma: ou está valhelhas ou tudo nele é pompa do espectáculo da vaidade, da incongruência e da demagogia. Nas tintas para a violação dos direitos humanos no Qatar onde decorre o Mundial de Futebol, e onde milhares de escravos morreram para construir as estruturas impostas pela FIFA, apressou-se a dizer que se “esqueça” essas nódoas porque o futebol é mais importante que as minudências dos direitos humanos. Assim pensando, ele, o primeiro-ministro e o chefe da Assembleia da República, estão de malas feitas para assistir aos jogos onde é patente a mercantilização e escravidão dos jogadores. Esta alienação, é incentivada por políticos demagógicos, sob pressão de negócios corruptos, do estado chamado FIFA, que parece ter as suas próprias leis, acima das de qualquer país democrático. O que surpreende, é que Marcelo, dizendo-se cristão, não cumpra os princípios sociais da Igreja que são em tudo opostos aos da monarquia absoluta do Qatar. Quanto a António Costa e Santos Silva são idênticos: são ambos socialistas de gema. Toda esta pobre gente que se diz democrática, ofendeu-me profundamente. 

         - E tudo como no caso do Presidente da República. Para valer apenas um milhão de euros – preço pedido por carta com uma bala dentro, remetido para o Palácio de Belém esta semana. Preço insignificante para quem tanto tem feito para ser popular, prestado a selfis em série e posto de parte os direitos humanos – eis a tragicomédia de Marcelo Rebelo de Sousa. Pobrecito