quarta-feira, novembro 16, 2022

Quarta, 16.

Tomás Emílio Leopoldo de Carvalho Cavalcanti de Albuquerque Schiappa Pectra Sousa Ribas, mais conhecido simplesmente por Tomás Ribas. Foi nele que pensei quando passei em frente à Embaixada de Espanha, na praça do mesmo nome, no passeio que me trouxe da Avenida Columbano Bordalo Pinheiro, atravessando o jardim, já a noite tinha inundado de escuro o vasta calçada dos passeios. Já aqui, noutra altura, contei a história que definia muito bem a personalidade do jornalista e homem do folclore nacional; e voltei a rir-me recordando aquele fim de tarde flamejado do escuro da noite, enviado para cobrir o assalto à embaixada pelo ardente António Valdemar, meu chefe de redação. Assim que cheguei, vejo o Tomás Ribas que vem para mim e mirando-me de cima abaixo, dispara: “Quem bem se veste, melhor se despe.” Ele era casado, mas tinha um fraco por jovens belos e misteriosos como ele me via. Era uma natureza divertida, culta, cheia de humor corrosivo. 

         - Almocei novamente na Confeitaria Nacional, desta vez com o João. Bom repasto, bem condimentado de conversa civilizada, e não sei a que propósito vi-me a dar-lhe uma aula de história mais precisamente sobre Nero o imperador romano. Ali estivemos até à meia tarde, altura em que ele partiu a visitar a Teresa Magalhães depositada no hospital da CUF na sequência de uma queda em casa. Devido ao adiantado da hora, não o pude acompanhar. 

         - O grupo terrorista Wagner, ao servido de Putin, matou à marreta um soldado russo feito prisioneiro depois de se ter rendido aos ucranianos. Entretanto, ontem, dois mísseis caíram na Polónia, junto à fronteira com a Ucrânia. A NATO está em estado de alerta, no terreno os contendores, empurram um para o outro, a iniciativa do ataque. A ver vamos como todas estas provocações vão terminar.