Quarta, 16.
Tomás Emílio Leopoldo de Carvalho Cavalcanti de Albuquerque Schiappa Pectra Sousa Ribas, mais conhecido simplesmente por Tomás Ribas. Foi nele que pensei quando passei em frente à Embaixada de Espanha, na praça do mesmo nome, no passeio que me trouxe da Avenida Columbano Bordalo Pinheiro, atravessando o jardim, já a noite tinha inundado de escuro o vasta calçada dos passeios. Já aqui, noutra altura, contei a história que definia muito bem a personalidade do jornalista e homem do folclore nacional; e voltei a rir-me recordando aquele fim de tarde flamejado do escuro da noite, enviado para cobrir o assalto à embaixada pelo ardente António Valdemar, meu chefe de redação. Assim que cheguei, vejo o Tomás Ribas que vem para mim e mirando-me de cima abaixo, dispara: “Quem bem se veste, melhor se despe.” Ele era casado, mas tinha um fraco por jovens belos e misteriosos como ele me via. Era uma natureza divertida, culta, cheia de humor corrosivo.
- Almocei novamente na Confeitaria Nacional, desta vez com o João. Bom repasto, bem condimentado de conversa civilizada, e não sei a que propósito vi-me a dar-lhe uma aula de história mais precisamente sobre Nero o imperador romano. Ali estivemos até à meia tarde, altura em que ele partiu a visitar a Teresa Magalhães depositada no hospital da CUF na sequência de uma queda em casa. Devido ao adiantado da hora, não o pude acompanhar.
- O grupo terrorista Wagner, ao servido de Putin, matou à marreta um soldado russo feito prisioneiro depois de se ter rendido aos ucranianos. Entretanto, ontem, dois mísseis caíram na Polónia, junto à fronteira com a Ucrânia. A NATO está em estado de alerta, no terreno os contendores, empurram um para o outro, a iniciativa do ataque. A ver vamos como todas estas provocações vão terminar.