quinta-feira, outubro 20, 2022

Quinta, 20.

Putin entrou numa fase desesperada, sente que o falhanço da vitória em poucas semanas é uma miragem e um pesadelo. Daí que se multiplique em invectivas de pouco ou nenhum resultado como, por exemplo, a imposição da lei marcial nos territórios que açambarcou à Ucrânia; para além da restrição de liberdade de circulação em várias regiões paredes-meias com o país invadido. Não deve tardar muito que algum amigalhaço o assassine. Todas as suas táticas de guerra, estão por terra e nem o Inverno o salvará porque a União Europeia tem à frente uma mulher d´armas. 

         - É significativo. O contentamento do pároco e do sacristão com o bodo de 125 euros distribuído democraticamente pelo bom povo português. Esse gesto não apaga a miséria, a humilhação, a pelintrice em que Portugal vive há 50 anos e nenhum partido conseguiu dignificar, levantar dos escombros da ditadura, e levá-lo a equiparar-se, pelo menos, à vizinha Espanha. Este aceno propagandista que traz o Governo na ribalta medíocre das televisões, é um insulto à honorabilidade de um povo que sempre lutou unicamente pela sobrevivência. O povo, infelizmente, contenta-se com pouco porque do pouco faz muito. 

         - O magnífico guardião da nossa língua que é o jornalista Nuno Pacheco, saiu-se hoje no Público com esta fatia de prosa de um refinado e incisivo humor: “Pode parecer estranho, mas a Associação de Professores de Português resolveu acordar para um magno problema: o das variedades da língua e o seu impacto nas escolas. Seria mais adequado chamar-lhes variantes, embora neste caso a palavra variedades se ajuste melhor aos indecorosos espectáculos a que temos sido forçados a assistir, em nome do idioma. “ Toma e embrulha. Recordo que noutra altura ele veio a terreiro explicar aos ignorantes que se pavoneiam pelos canais de televisão, a diferença entre resiliência e resistência.  

         - O desplante do Banco de Fomento, todo contente com o lucro de 23 milhões, como se fosse um banco comercial à moda dos outros, quando empresários, cientistas, exportadores e a actividade industrial em geral espera e desespera pelos apoios anunciados que não há meio de saírem do papel. Este é mais um retrato do país que somos e como somos governados.