quarta-feira, outubro 12, 2022

Quarta, 12.

A pouco e pouco, um dia depois da apresentação do OE, as folhas vão tombando da euforia propagandista. As contas que os nossos economistas estão fazendo dão razão àqueles que não acreditam na sabedoria de mercearia do sacristão Medina. Soube-se agora que o homem, seguindo os conselhos do pároco desta aldeia, ordenou que entre 75% e 90% das reformas fossem entregues pelos velhotes aos lares onde esperam (imagino ansiosamente) a morte. Também o adiantamento da meia pensão anunciada como aumento, fica nos lares. É uma vergonha revoltante. Para não falar nas célebres cativações socialistas, tudo serve a esta gente para enganar o papalvo: anunciam aumentos fantásticos e vão por trás e surripiam metade. Sempre assim foi com a governação dita socialista. Para fechar a grande festa da mentira, veio o FMI avisar que o “optimismo” do chefe do Governo coadjuvado pelo papa Marcelo II, é uma charlatanice e que o cenário de abrandamento na economia portuguesa, em 2023, acompanha com a inflação que será de 4,7%. E para a economia mundial, adverte “o pior ainda está para vir”. 

         - Marcelo, por papaguear demais, cai em contradições de lesa majestade. Foi o que aconteceu com os 400 casos de abusos sexuais da Igreja que ele diz, feitas as contas, “não ser elevado” face à “provável triste realidade”, se tivermos em conta os milhões de fiéis com que conta a Igreja Católica. Mal comparado, esta constatação, é em tudo idêntica àquela da secretária de Estado quando afirmou que a área ardida foi inferior ao esperado. São parlapatices de quem governa com palavras e põe a acção de lado. Costa, qual bom ajudante, veio em auxílio do seu papa condenando a “interpretação inaceitável” de alguns. 

         - Sobra do farrabodó que nunca deixou a ribalta desde que o PS teve a maioria, os casos das chamadas incompatibilidades dos governantes que, sem surpresa, galvanizam a opinião pública e deixam atarantados os nossos políticos. Como a lei não foi aplicada por António Costa embora tenha sido aprovada por maioria na Assembleia, vai daí, ante tantos camaradas anafadinhos com o querido dinheirinho pessoal ou familiar, reforçado com a quantidade de negócios com o Estado por ajuste directo (pois), vai daí, dizia, altera-se a lei de modo a que premeie quem com tanto esforço e desinteresse e dedicação e sofrimento e cansaço abraçou a causa pública. Não se amofinem, senhores ministros e deputados, presidentes de câmara e secretários de Estado, nós no Partido Socialista nunca abandonamos os nossos camaradas à sua sorte. Prometo que, depois da chatice da governação, deixar-vos melhor que quando chegaram ao poder. Caramba: somos ou não somos uma democracia! 

         - A dupla senhor Feliz e senhor Contente defende-se um ao outro e ambos defendem-nos a nós. Hummm, estamos lixados! 

         - Alinho estas palavras no Vitta Roma onde estou a almoçar. Estava marcada uma consulta para que o Dr. Gambeta analisasse as minhas queixas, mas ele decidiu antecipadamente mandar fazer nova prótese para amanhã aplicar. Desde o tempo em que o Tó por aqui vinha e olhava pela minha saúde, que não me sinto tão apoiado. A atenção do Dr. Gambeta sensibiliza-me, assim como o telefonema do operador segunda-feira a saber como me sinto. Comovente.