domingo, outubro 16, 2022

Domingo, 16.

Belo e agradável e inopinado dia o de ontem. Fui ao encontro do João Corregedor no intuito de ver umas esculturas do nosso amigo Virgílio Domingues que tanto ele como eu gostaríamos de adquirir. Para tanto João veio ao meu encontro à saída do fertagus e da Av. de Roma seguimos até Telheiras onde o homem nos esperava. Estando nós a dar uma volta pela feira (julgo) mensal de velharias no jardim principal, eis que um telefonema nos informa que o antiquário não pode vir ao nosso encontro devido a doença súbita da mulher. Com o dia soalheiro e mesmo quente, prosseguimos o passeio emaranhado de bancas e estendal de velharias, a maioria de interesse nenhum. O filho do João mora no bairro e convidou-nos para o um café na esplanada de um dos muitos estabelecimentos perto de sua casa. O tempo passou e acabámos por almoçar lá, envolvidos em discussão entusiasta que se prolongou por quatro boas horas. O Tiago é arquitecto e parece que bom profissional, seguindo as peugadas da mãe, a minha queridíssima Marília, de tal modo que a sua obra se estende por vários domínios entre os quais, nesta altura, o anexo do liceu Charles Pierre. Viveu com a mulher Leonor em Paris dez anos e esse facto contribuiu para juntarmos os nossos conhecimentos mútuos da França e dos franceses. Todavia, como não podia deixar de ser, foi a política que ocupou a maior parte do tempo, comigo sempre de acordo com o casal e em desacordo com o João para quem a política é mais um exercício, uma guerra ideológica que não tem aplicação prática no ser humano à qual se destina. Quando pelas quatro e meia nos despedimos à porta de sua casa, João, encolhido, disparou: “Foram três contra um.” 

         - Assisti à missa pela televisão. A cerimónia aconteceu na igreja da Fajã de Baixo, nos Açores, e o celebrante, um homem um pouco fora do baralho religioso, a dada altura, fazendo uso de um português bizarro, pergunta: “O que é que é a oração?” 

         - Para os lados da China, houve entronização do ditador Xi Jinping ping ping. É um proforma, porque ele já estabeleceu, em 2018, por emenda constitucional que ficará no poder por tempo ilimitado (como Putin). Espero que o mundo e, sobretudo, o Ocidente e particularmente António Costa, não se deixem enredar nos interesses económicos como fizeram com Putin. A história não lhes perdoará e os povos muito menos. Parece que o tirano assenta este próximo mandato na anexação definitiva de Taiwan à China. Não vai acontecer. Os chineses ainda vão ter que trabalhar muitas décadas para chegar ao PIB desta ilha com 4,6 biliões de habitantes e os mais avançados em tecnologias de ponta.  

         - Uma explosão em mina de carvão na Turquia, fez 41 mortos e 11 feridos. Não se sabe o que provou uma tal tragédia, mas Erdogan disse que iria apurar as causas, adiantando: “Não queremos ver deficiências ou riscos desnecessários.” 

         - Não tarda chove. Tarde de uma enorme tristeza que só os livros animam e arte reconforta.