segunda-feira, outubro 04, 2021

Segunda, 4.

O mundo vai ajeitando-se à desgraça. A China, festejou os 72 anos enquanto República Popular, com 38 aviões bélicos, nuclear incluído, sobre a zona de Taiwan. O primeiro-ministro, senhor Su Tseng-chang, reagiu: “A China está apostada em realizar acções de agressão militar, o que prejudica a paz regional.” Palavras suaves de bom senso. O pretexto do lado de Xi Xiping ping ping é sempre o mesmo: o perigo dos EUA. 

         - Os políticos honestos, ante o espectáculo degradante e quase diário dos seus pares corruptos, pedem que não entremos em generalizações; os outros, indecorosos, falam de populismo, de mentira e afirmam que vão levar à justiça quem os acusa de falsidades e ofensas ao seu bom nome. É o costume de cada vez que vem a lume mais um escândalo de podriqueira e desvio para paraísos fiscais e offshores de somas astronómicas. Habitualmente, essa ladroagem, tem sede no PSD e PS (dois partidos à vez no poder). Os Pandora Papers agora divulgados, trazem dois que nunca me enganaram: Nuno Morais Sarmento (PSD) e Manuel Pinho (PS), o outro, Vitalino Canas (PS), trocou-me as voltas. Os três foram descobertos nos milhares de informação numa mega-investigação que ocupou mais de 600 jornalistas de 117 países e não estão sós no gamanço e falcatruas de várias espécies. Por lá andam chefes de Estado, ex-primeiros-ministros de outros países e assim. Foram 11,9 milhões de documentos analisados e é impossível ter uma ideia do montante que deslizou para cavernas escuras onde nem o sol é convidado a entrar. Acabar com esses covis indecorosos, não está no projecto de nenhum governo pela simples e obscena razão: neles cabe a maioria da classe política e todos aqueles que exploram os empregados e, ainda assim, fogem a pagar impostos. Muitos destes crimes, são urdidos nas sociedades de advogados que, além de se especializarem em fazer dos transgressores  santos, também se ocupam em desviar somas impressionantes dos seus clientes para paraísos fiscais. Em Portugal, Rui Pinto é mal-amado por todos eles, incluindo os patetas do futebol. 

         - Há tanta legislação bem feita no nosso pobre país, o problema é pô-la em prática. Os tratados e leis estão para os códigos cíveis como a palavra está para o parlamentar. Vejamos no que vai dar a boa ideia do Governo em tornar a escola obrigatória a partir dos 3 anos de idade. O pacote de medidas parece acentuar o ataque à pobreza; esperemos que não seja apenas isso. De contrário, faz-me lembrar o que se passava antigamente quando o mancebo não tinha meios para estudar e os pais metiam-no no seminário de onde ele saía feito o liceu, portanto antes dos três anos de filosofia e mais três de teologia.    

         - Meti mãos à obra e comecei a roçar a erva que cresceu exponencialmente em torno das laranjeiras devido às regas semanais. Como as urtigas são em toda a volta da quinta a protecção natural, tive que enfrentar a sua invasão sobre a raiz das árvores. Trabalho árduo, que queria absolutamente realizar antes de deixar este espaço. Ontem choveu e devido à sinfonia dos pingos batendo na janela, deixei-me ficar até às oito entre lençóis. Julgo que voltei a passar-me para o mundo do silêncio e paz, embalado pelos deuses que nunca dormem.