segunda-feira, outubro 18, 2021

Segunda, 18. 

O valor da vida humana parece degradar-se a cada dia que passa, os fanatismos, a crueldade, os valores supérfluos dispersos em nome de razões obscuras, transformaram a vida numa coisa qualquer. Nos últimos tempos, ódios parecem ter acicatado ao crime tanto no nosso país como por todo o lado. Tenho ainda gravadas as imagens daquela besta (não encontro melhor qualificação) que agride até a perda de consciência um jovem numa discoteca, no Algarve; ou aquele francês que se envolve numa rixa na noite portuense e assassina outro adolescente de 21 anos; ou aquele fanático que, utilizando métodos antigos e bárbaros, mata com arco e flecha, cinco pessoas, na Noruega; ou a mortandade em Beirute inscrevendo pelo menos seis xiitas; ou o assassinato à faca do deputado do Partido Conservador em Leigh-on-Sea, no Sudeste de Inglaterra; ou o novo ataque dos talibãs no Afeganistão que ceifou mais umas quantas vidas. Esta escalada impressionante de crimes, devia levar os políticos a reflectir, porque há assombrações que se agigantam por todo o lado e são a natureza de convulsões sociais em ebulição.

         - Rangel pretende o lugar de Rui Rio. Do meu ponto de vista o PSD e a democracia não vão beneficiar absolutamente nada com a troca. Rangel é um bluff, um carácter pendurado de uma vaidade evasiva, sem ideias novas, montado na obsessão dos negócios, com pouco brilho no desempenho de deputado no Parlamento Europeu e o maior faltoso ao trabalho. Depois não lhe ouço uma ideia nova – tudo o que arrasta no discurso até hoje, é uma enxurrada de lugares comuns, de mediania, à maneira dos seus colegas deputados portugueses – é mais do mesmo. 

         - Com isto ia-me esquecendo que estou em Paris. A primeira impressão é que nesta babilónia no que toca à Covid, vale tudo. A Annie diz que estou mais magro, o Corregedor que estou seco, eu digo que execro comer e só aprecio o convívio. A propósito, amanhã vou almoçar com os Legros a Montparnasse e receber o pacote que eles tiveram a amabilidade de trazer quando rumaram a França de carro e é um cadeau para os meus anfitriões.