quinta-feira, outubro 28, 2021

Quinta, 28.

Outro dia, descendo o Quartier Latin com o meu amigo Michel, não resisti a comprar o terceiro volume de Toute Ma Vie. Desta vez a minha curiosidade vai inteira para Éric Jourdan mais tarde Éric Green após ter sido adoptado pelo escritor. O prefácio de Tristan de Lafond herdeiro de Éric e por tabela de Julien Green e Robert de Saint Jean, é admirável e sério, sem pôr de lado todos os ditos e mexericos que suportaram a relação entre os dois homens. Contudo, por agora, resta-me esperar pelo fim da leitura do segundo volume para confrontar os meus pressentimentos e criar a minha própria ideia. 

         - Orçamento chumbado. É espantoso que tenha sido com os votos contra do PCP, IL, PSD, BE, Chega. Conclusão: só o PS votou a favor daquele xaile à medida do homem dito da esquerda socialista, dando-lhe milhares à conta da nossa ruína: TAP e CP. Mas não é só o primeiro-ministro que sai derrotado, é também o Presidente da República que tudo tem feito para manter uma “geringonça” que nos arruina, sem falar no facto de ter recebido o pseudo-candidato à gerência do PSD – aquilo foi um tiro nos seus próprios pés. António Costa diz que não se demite. Que novidade! Se o fizesse é que era de enaltecer. 

         - A chegada a casa é todos os dias uma aventura. Da estação do metro aqui, tenho três paragens de autocarro sempre superlotado de africanos. É raro o dia em que não haja escaramuça dentro do transporte e, evidentemente, ninguém está a salvo de covid como dos hábitos, costumes, odores, faltas de civilização e atropelamento das regras de bom convívio colectivo. Há pouco, no veículo que me trouxe, logo que entrei em Basílica, já o interior vinha à cunha e incendiado de discussões, ameaças, gritos em todas as línguas duvidando eu que os contestatários se intendessem entre si. A mim o que me arrepia e põe de atalaia, não é a cor da pele, é a falta de educação, a grosseria, a incapacidade de os africanos se ajustarem à civilização que os acolheu. Aqui como em Lisboa, Londres ou Viena d´Áustria. Regras de convívio não é com eles e se alguém os chama a atenção, apoiam-se nas madames do BE que não andam em transportes públicos e não conhecem a realidade e atiram: “racista!”. 

         - Comecei a leitura do Diário de Green (2º volume). Tempo limpo, sol quente q.b. A linha 1 do metro, que atravessa o centro chique de Paris, é a única onde não sinto perigo entrar. Pessoas recatadas, de aparência polida, o Le Monde em leitura e olhos debruçados sobre os livros. Por todo o lado, poucos chineses, americanos e outros povos de chinelos nos pés. Hoje almocei em Châtelet e deu-me para me armar em rico, com direito a comer no terraço de um dos bons restaurantes daquela famosa praça, preço da loucura: 18,50 euros.