quarta-feira, junho 30, 2021

Quarta, 30.

O pobre rico madeirense, sofre por destinado toda a ira das meninas prepotentes do BE e dos jornalistas jornaleiros ao serviço de interesses umbrosos. Todos querem com a sua condenação fazer esquecer outros bem mais perigosos que Berardo, em roda-viva com a Justiça há anos e mais imaginativos, elegantes, discretos, sabedores e de sorriso macaco de orelha a orelha. Pois eu acho que este capitalista fora do baralho é inofensivo, original, e pouco ou nada perturbador. Parece até um pobre ingénuo, não só na aplicação do dinheiro como na escolha primordial dos seus interesses financeiros. Quando ficarem apuradas as infrações que praticou contra a banca, e só a esta, o que sobra dos seus crimes é uma colecção de arte, museus e associações que honrarão o país. Os outros que se querem esconder atrás dele, ninguém sabe onde têm o dinheiro nem o que fizeram de milhões que os bancos lhes emprestaram - do seu rasto, não ficou nada. 

         - Acabei a revisão da primeira parte do Matricida no Café da Casa. O que constato é que as páginas que correspondem ao trabalho diário, não me desacreditam, todas as outras com longos intervalos de labor quotidiano fraquejam, perdem ritmo, intensidade, paixão. O romance é um crochet no dizer de Aquilino Ribeiro e como tal tem que ir connosco para todos os lados e ficar disponível a qualquer hora, para não dizer minuto. 

         - Antes de deixar a quinta, tendo acordado com as mulheres de Zuckerberg a falar da vida alheia no meio do oceano verde que as embrulhava fui regar, depois com a roçadora limpar uma parte em frente a casa (é a quarta vez), depois com a machada cortar grossos troncos de malvas e por fim retirar da tona d´água os flocos de algas minúsculos que se foram desenvolvendo de ontem para hoje e são consequência de não querer encher os bolsos aos abastados administradores do chinês Xi Jinping ping ping.  

          - A propósito do ilustre imperador. Há dois meses, tendo havido aqui nos CTT talvez mudança de carteiro, a conta da eléctrica chinesa chegou-me depois do prazo para pagamento. Vai daí, zelosamente, pois então, na factura seguinte foi-me facturado 1,25 € de juros. Escrevi a protestar e na troca de cartas, chegou-me uma que mereceu da minha parte a seguinte resposta:  

« Sr. Director Pedro Fernandes, por quem sois ! 

A resposta que me deu foi arrogante e autoritária a lembrar a Companhia que no passado, por ser única, fazia o que queria. 

Não preciso que me diga a quem me devo dirigir para reclamar o abuso, conheço muito bem a ERSE e já a ela me dirigi com proveito. Se a eléctrica chinesa não tem culpa do atraso dos correios, eu ainda menos. Sim, irei pedir à ERSE que estude o problema por atingir, decerto, muitos consumidores. E também à Provedora de Justiça porque acho que isto é igualmente uma questão de justiça. Como calculará, não é a quantia de 1,25 € que me empobrece (já gastei em selos, deslocações e tempo muito mais), mas a moralidade da mesma. Bastava ter-se dado ao trabalho de consultar o meu passado enquanto cliente, para ver que não encontra uma só factura liquidada com atraso ! Uma só ! 

E já agora, se me permite, como teve a gentileza de me aconselhar a ERSE, também tenho redobrado gosto em o esclarecer que quem decide ficar (ou não) como cliente da sua companhia, sou eu !  

Atentamente, 


P. S. – Espero não me estar a dirigir (o nome é rigorosamente o mesmo) a um grande amigo, economista, e pessoa com quem privei muitos anos até o perder de vista, mas por quem continuo a ter uma profunda e grata amizade. Se assim for, convido-o para um almoço como no passado acontecera tantas vezes ! O café está pago antecipadamente : 1,25 €… »