sábado, junho 12, 2021

Sábado, 12. 

Congratulo-me com a onda de indignação que por aí vai devido ao desleixo e indiferença do “socialista” que está à frente da autarquia de Lisboa. De todos os quadrantes menos, claro, do seu partido, chegam vozes de protesto e denúncia de outros casos que o sujeito ignorou no passado. A forma que os do seu partido por todo o lado têm de exercer o poder: laxismo, autoritarismo, ignorância, falsa propaganda, dossiers mal estudados, projectos de conveniência, etc.. O nosso homem de seu nome João Miguel Tavares que leio com frequência sem que sempre esteja em sintonia com ele, esclarece-nos hoje no Público: “Passámos uma semana a falar das celebrações dos 50 anos do 25 de Abril e, vai-se a ver, os mesmos que andaram a encher a boca com a importância da democracia, estão agora a desvalorizar o facto de a CML ter práticas dignas do Estado Novo. É isto Portugal. E ninguém leva a mal.” Claro que ainda bem que se fala e pratica a democracia, caro João Miguel. 

         - É inquietante que o jornal Público volte a fazer o ponto de situação da Covid-19 como fez durante meses quando o bicho não nos largava. Isto prova que os novos casos estão a fugir ao controlo. De facto, há mais mortes e o número de infectados em Lisboa e na grande Lisboa começa a ser preocupante. As mortes acumulam-se e são já 17.044, a capital está acima do limite de risco – 120 casos por 100 mil habitantes. 

         - António Costa esta semana saiu-se com esta a propósito do turismo: "Esta crise (pandémica) demonstrou bem a fragilidade de alguns dos sectores económicos mais robustos, mais promissores e que foram áreas de especialização natural em muitas regiões. É o caso do turismo.” Depois: "Isso significa que nós, cada vez mais para o futuro; não podemos depender tanto e só de um sector económico, temos de ter a capacidade de desenvolver e de ativar outros sectores económicos, porque novas crises podem surgir e não podemos estar tão fragilizados perante essas crises como estivemos desta vez."

         - Em Setembro de 2018, a conversa era outra: “Não há turistas a mais em Portugal. Pelo contrário, temos de aumentar a intensidade do turismo” e de “melhorar e diversificar a oferta”. Se o sector vale hoje 8% do PIB, ficou traçado o objectivo de chegar aos 10%, a média do peso que o turismo tem no espaço europeu.” 

         Até que enfim, excelência! Só falta agora passar das palavras aos actos! 

         - Outro dia almocei com o Carlos Soares que tinha regressado do Porto onde a sua obra de pintor e desenhador foi mostrada a um grupo de entendidos em arte. Ele oferece-me de quando em vez um desenho e começo a guardá-los numa pasta ciosamente. Aqui há tempos brindei-o com dois livros meus e logo recebi este desenho a partir do terceiro volume do Diário publicado.