Quinta, 15.
Jean-Michel
Basquiat é um dos meus grandes pintores. Tive a sorte de estar em Paris ao
mesmo tempo que a Fundação Louis Vuitton oferece ao público uma grandiosa
exposição da sua obra, vários andares e muitas salas cobertas pela cor e o
talento do extraordinário artista americano. Nascido em 1960 morre de overdose
em 1988. Em tão pouco tempo de vida, realiza centenas de telas de uma
intensidade impressionante, toca todos os assuntos, dirige-se a quem o quer ver
como negro ostracizado, apoia causas raciais, reflecte sobre o quotidiano dos
seus contemporâneos, apela ao diálogo, desnorteia-se, alucina-se, fragiliza-se,
joga-se com raiva contra tudo e todos, e inteiro com os seus defeitos e muitas
qualidades impõem-se a uma sociedade que cultiva a exclusão social, o desprezo
pelo outro, a supremacia dos brancos sobre os negros. A sua obra é disso que
fala. A cor é a cor que tanto aviva o negro da pele, a alegria do africano, a
grandeza humana que ele ainda hoje possui, a nobreza dos gestos, o sorriso do
olhar, a profunda e dura consciência da injustiça de saber-se outro num mundo
que não pertence a ninguém e por isso deve ser partilhado por todos.
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Basquiat - nasce em 1960 |
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In This Cose - 1983 |
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Obnoxious Liberals - 1983 |
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Horn Players - 1983 |
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Picasso (novo e velho) |
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Riding with Death - 1988
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- Em Paris as distâncias não se medem em quilómetros, medem-se em tempo.