quinta-feira, novembro 15, 2018

Quinta, 15.
Jean-Michel Basquiat é um dos meus grandes pintores. Tive a sorte de estar em Paris ao mesmo tempo que a Fundação Louis Vuitton oferece ao público uma grandiosa exposição da sua obra, vários andares e muitas salas cobertas pela cor e o talento do extraordinário artista americano. Nascido em 1960 morre de overdose em 1988. Em tão pouco tempo de vida, realiza centenas de telas de uma intensidade impressionante, toca todos os assuntos, dirige-se a quem o quer ver como negro ostracizado, apoia causas raciais, reflecte sobre o quotidiano dos seus contemporâneos, apela ao diálogo, desnorteia-se, alucina-se, fragiliza-se, joga-se com raiva contra tudo e todos, e inteiro com os seus defeitos e muitas qualidades impõem-se a uma sociedade que cultiva a exclusão social, o desprezo pelo outro, a supremacia dos brancos sobre os negros. A sua obra é disso que fala. A cor é a cor que tanto aviva o negro da pele, a alegria do africano, a grandeza humana que ele ainda hoje possui, a nobreza dos gestos, o sorriso do olhar, a profunda e dura consciência da injustiça de saber-se outro num mundo que não pertence a ninguém e por isso deve ser partilhado por todos.

Basquiat - nasce em 1960

In This Cose - 1983

Obnoxious Liberals - 1983

Horn Players - 1983
Picasso (novo e velho)





         
Riding with Death - 1988 


        












     
     - Em Paris as distâncias não se medem em quilómetros, medem-se em tempo.