domingo, novembro 11, 2018

Domingo, 11.
Para desanuviar a cabeça, há instantes, fui dar uma volta aqui pelo bairro. Desci o boulevard Romain Rolland sob chuva miudinha, sem guarda-chuva, os grossos pingos das árvores caindo-me sobre a cabeça descoberta. O chão como sempre nesta altura do ano, está coberto de folhas ocres que se acumulam e formam um tapete denso. Parei no meu boulanger para comprar croissants e segui pelo parque da Courneuve até aos altos prédios, perto de Stains. Regressei de autocarro e quando entrei em casa, ainda os meus amigos continuavam diante do ecrã de televisão a massacrarem-se com a Primeira Guerra Mundial. Os excessos matam.

         - Na escrita luminosa de Paul Morand, que na primeira pessoa nos conta a vida e a obra daquela que durante meio século inventou a mulher, eis alguns sublinhados que não quero deixar de oferecer aos meus leitores para reflexão.

“J´avais appris la vie dans les romans. Si j´avais des filles, je leur donnerais, pour toute instruction, des romans. On n´y trouve écrites les grandes lois non écrites qui régissent l´homme.” L´allure de Chanel, pag. 76, Folio.  

“La tenue moral esthétique n´est jamais que la tradution extérieure d´une honnêteté morale, d´une authenticité des sentiments.” Pag 65, idem.

Um aforismo que lhe servia de premissa: “C´est avec ce qui ne s´apprend pas qu´on réussit.” Pag. 41.

“L´âge, c´est le charme d´Adam et la tragédie de Eve.” Pag. 106, idem.

“L´argent, ce n´est pas beau, c´est commode.” Pag. 170, idem.

“J´aime acheter ce qu´il y a d´affreux, c´est qu´après avoir acgeté, on possède.” Pag. 171, idem.

“Le couple n´est jamais simple, généreux, spontané; il est inhumain: c´est une création artificielle, une raison social.” Pag. 199, idem.  


“J´ai habillé l´univers et, aujourd´hui, il va nu.”. Pag. 246, idem.