Sexta,
2 de Fevereiro.
Eu
tenho vergonha de ser português, nojo dos nossos governantes, asco a toda esta
miserável gente que se aproveita dos cargos para traficar influências,
enriquecer, roubar. Que respeito nos pode merecer uma classe política que andou
calada durante tantos anos ante a corja de ladrões que nos governou,
governando-se. O Papa dizia que a corrupção empobrece os pobres. Luminosas
palavras. Porque é para ela que vão os nossos impostos, a tristeza dos
hospitais, a falta de cultura das novas gerações, a frivolidade das televisões,
o obscurantismo, a arrogância dos patetas do futebol, a impunidade construída
nas centrais de advocacia, o lodaçal corporativo que camufla os interesses de
uns e outros. É vê-los desfilar nos ecrãs de televisão com aqueles corpos esponjosos,
aqueles rostos de assassinos, aquela arrogância de quem se sente protegido e
sabe que a imunidade pode ser comprada ao mais alto filão do gangsterismo. Se
viver em democracia é este calvário de desilusões e frustrações, que venha o
iluminado porque ao menos sabemos ao que vem. Desgraçado país que consente
todos estes criminosos sem se revoltar. Até onde suportará ele estes esquemas degradantes?