domingo, fevereiro 25, 2018

Domingo, 25.
O Daesh para provar que ainda está vivo e atuante, volta que não volta, assina os seus actos criminosos com assinatura de sangue. Foi o caso ontem ao fazer explodir um carro no Iémen junto ao quartel dos combates ao terrorismo. Resultado: 14 mortos.  

         - Chou-chou vai acabar como François Hollande. Todos o detestam, as leis que tem produzido a ninguém agradam, os seus ministros estão metidos em esquemas, alguns são acusados de abusos sexuais as mulheres que estiveram ou estão perto deles, a máscara de juventude e competência que vendeu, já não vale dez rés mel coados.

         - Trinta dias de tréguas nos terríveis combates em Ghouta Oriental, que fizeram em poucos dias milhares de mortos, muitos deles crianças. Foi o excelente trabalho de António Guterres que vai permitir acudir aos feridos, enterrar os mortos e refazer o balanço da guerra. 

         - Há tempos falei ao Paulo Santos do meu interesse em conhecer o museu Damião de Góis, recentemente inaugurado na sua terra natal, Alenquer. Fomos lá ontem e convidámos a Matilde e o João Corregedor, assim como o Carlos Soares. Dia magnífico de sol e boa disposição, culturalmente muito rico e coberto com o manto da amizade que nos une. Chegámos cedo ainda a vila estava a acordar. Começámos por visitar a igreja de S. Pedro (séc. XII) que guarda as cinzas do ilustre humanista. De seguida fomos conhecer o convento de S. Francisco, hoje sob a tutela da Santa Casa da Misericórdia. É o primeiro convento franciscano do país, começado a ser levantado nos finais do século XIII. Uma joia muito mal tratada. A começar pelo jardim do claustro e acabar nas barras de ferro que parecem suster colunas e paredes, mas na realidade mais não são que o estendedouro para as roupas do hospital que no segundo e terceiro andares está em funcionamento. Este atentado brada aos céus e não há ninguém que intervenha. Intervalámos para o almoço. Que momento gastronómico! Por uma tuta e meia, comemos coisas deliciosas, bebemos um bom vinho, sobremesas de tombar para o lado, para não falar do convívio onde desaguou toda a sorte de temas a política, claro, ou não tivéssemos connosco o nosso deputado. A tarde começou no museu por uma boa hora. Tivemos a sorte de encontrar o guia, um homem formado em História d´Arte, que prontamente nos adotou, percebendo que estávamos ao seu nível. O que o museu oferece ao visitante, é não só a estrutura da antiga igreja de Santa Maria da Várzea, mas também a história do nosso ilustre antepassado. Que começou por estar aqui sepultado, antes de ser transferido para o monumento que venho de mencionar. Pelos Anos Quarenta do século passado, Salazar no poder e a Igreja com todos os ventos a sacudi-la para os braços de um regime que se aproveitou dela e reciprocamente, a igreja começou a ser renovada depois de muitos anos em ruína sacudida por tremores de terra. Os restos mortais de Damião de Góis estiveram lá e quando os levantaram ninguém fez estudos para procurar saber as causas da sua morte. Esta é um mistério, embora ninguém tenha dúvida que a Inquisição meteu aí o dedo.

O brasão de Damião de Góis e da esposa 

O túmulo do grande humanista 

As assinaturas dos bravos maçons nas pedras do convento franciscano


         - A Annie falou. Em Paris esperam-se uns quantos graus negativos. Aqui estiveram hoje à tarde 19 graus.