Terça, 13.
Não sei
o que vai resultar de uma hora de poda nas amendoeiras. Deu-me para cortar a
eito, seguindo a minha habitual observação destes seres magníficos, sem,
portanto, qualquer escola ou conhecimento. Conto com o meu amor às árvores, ao
facto de as admirar ao longo dos anos em que habito nesta zona bela e tão
maltratada pelos nossos abastados autarcas. Fiz o ano passado uma experiência
com o potente medronheiro e assisto agora ao deslumbre da sua enorme
vivacidade, brilho e robustez. Se as suas irmãs que o namoram o ano inteiro
decidirem seguir-lhe o exemplo, para o ano tenho os ramos enfeitados de
amêndoas.
- A felicidade é este olhar a vastidão
do céu, este silêncio, esta luz e quietude da terra que me guarda neste
esconderijo, neste presbyterium onde
vivo inteiro e votado às coisas do espírito. Nada que não tivesse sempre e
continuadamente pedido ao Criador. Portanto, criatura de Deus, não te lastimes
nunca, sob pena de ires parar com os costados a uma padiola num disforme prédio
no centro da cidade.
- Vou citar Marco Aurélio que releio suspendo
das nuvens. “Finir avec sérénité, comme une olive qui, parvenu à maturité,
tomberait en bénissant la terre qui l´a portée, et en rendant grâces à l´arbre
qui l´a produite.”