terça-feira, fevereiro 13, 2018

Terça, 13.
Não sei o que vai resultar de uma hora de poda nas amendoeiras. Deu-me para cortar a eito, seguindo a minha habitual observação destes seres magníficos, sem, portanto, qualquer escola ou conhecimento. Conto com o meu amor às árvores, ao facto de as admirar ao longo dos anos em que habito nesta zona bela e tão maltratada pelos nossos abastados autarcas. Fiz o ano passado uma experiência com o potente medronheiro e assisto agora ao deslumbre da sua enorme vivacidade, brilho e robustez. Se as suas irmãs que o namoram o ano inteiro decidirem seguir-lhe o exemplo, para o ano tenho os ramos enfeitados de amêndoas.

         - A felicidade é este olhar a vastidão do céu, este silêncio, esta luz e quietude da terra que me guarda neste esconderijo, neste presbyterium onde vivo inteiro e votado às coisas do espírito. Nada que não tivesse sempre e continuadamente pedido ao Criador. Portanto, criatura de Deus, não te lastimes nunca, sob pena de ires parar com os costados a uma padiola num disforme prédio no centro da cidade.


         - Vou citar Marco Aurélio que releio suspendo das nuvens. “Finir avec sérénité, comme une olive qui, parvenu à maturité, tomberait en bénissant la terre qui l´a portée, et en rendant grâces à l´arbre qui l´a produite.”