Sexta, 23.
Se os
governos não se acautelam, arranjam mais um sector que junto com muitos outros,
trabalham a nível mundial para erradicar a democracia das nações civilizadas.
Refiro-me ao futebol. O que se tem passado e passa com os homens do desporto, é
de tal modo terrível que é necessário alertar os políticos empenhados em manter
o nosso regime e sistema de vida. O que eu vi na televisão com um clube
espanhol, foi autêntica batalha campal, tendo saído dos confrontos um morto e
vários feridos. Ninguém consegue travar estes fanáticos com laivos selvagens,
em Espanha, Inglaterra, Portugal. Não nos esqueçamos que já no tempo do Estado
Novo, a esquerda combatia a alienação do futebol, um dos três F, que afinal acabou
por perder, como Fátima e Fado.
- Recebi a Marília, João e Guilherme
com quem passei um dia agradabilíssimo com almoço que se estendeu pelo
adiantado da tarde. Com o João Corregedor, a discussão entra sempre pela
política, mas já lhe vou ouvindo testemunhos de clarividência afastados da
ideologia prisioneira da liberdade de opinião. A mulher, arquiteta, teceu loas
a esta casa e nenhum deles me fez a pergunta sacramental: “não tens medo de
aqui viver”? Quando os vi chegar carregados de pequenos presentes, pensei que
eram os três Reis Magos. Depois, entrando em mim, percebi que o Natal ainda
está longe.
- Terminei o longo livro de Ezequiel.
Os seis ou sete derradeiros capítulos, são incompreensíveis. É muito difícil
entender a sua utilidade porque, se for para definir a Casa de Deus, a
complexidade de uma tal arquitectura parece-se mais com uma planta cujo traçado
nos leva à paralisação.
- Dia radiante de sol. Que prazer
viver no campo com um dia deste! O Guilherme até me pareceu menos triste, a
Marília mais erudita, o João maior, eu a coxear melhor.