domingo, fevereiro 18, 2018

Domingo, 18.
Chamar-lhe um texto de destruição é, simplesmente, ridículo. É, pelo contrário, uma lux à procura de mais luz. Importa encontrar os caminhos que erradiquem as tristezas e as opressões que transformam a sexualidade – uma bênção divina do amor humano e das suas expressões sexuais – numa solicitação ao pecado. O próprio sacramento do matrimónio foi entendido como um modo de tornar lícita uma união de natureza impura: a união sexual do homem e da mulher (Há aqui uma contradição, mas enfim!) . Frei Bento Domingues, no Público, a propósito da polémica ideia do cardeal-patriarca em querer obrigar os casais divorciados a abstinência sexual, sob o pensamento do Papa Francisco.

         - O congresso do PSD este fim-de-semana? Uma feira de domingo.

         - Em poucos dias, mais um acidente aéreo. Desta vez no Irão matando 66 passageiros. Ainda não se sabe o que esteve na sua origem.


         - Ontem fui a Lisboa e voltei no barco já a noite tinha descido sobre a cidade e o rio. Experiência de uma riqueza incalculável. Os passageiros, todos de origem modesta, debaixo das luzes amarelas do interior do barco, com os balanços no meio do Tejo, as conversas e os arremedos de vulgaridades rascas, cervejas entre as pernas quando se sentavam, eles; os filhos traquinas nos regaços, elas, as vozes e os rádios em altos berros, os negros de dedos grossos enfeitados de anéis dourados, o rapaz empinocado, calça justa, carnes tatuadas que têm de ser exibidas apesar do frio, o pequeno bar apinhado de mulheres e homens a bebericar bebidas cheias de cores bizarras, os corpos dengosos, cansados, estendidos à sensualidade de quem finge não olhar, um odor a fragrâncias corporais agridoce, mistura de suor ressequido com perfumes de supermercado, uma atmosfera cansada, ritmada por um quotidiano de sucessivas camadas de cansaços a caminho de casa onde decerto os espera uma sopa, a impositiva televisão e ainda mais e mais cansaço que todos os domingos das suas vidas não irão aligeirar.