segunda-feira, março 27, 2017

Segunda, 27.
Que país é este que não reconheço. A família tão querida da Igreja, do Estado, da sociedade de consumo e das televisões parece ter caído em desgraça. Os deuses omnipresentes e ensandecidos que a puseram no centro da raiz social, abandonaram-na. Não há quase dia nenhum que esta instituição tão apetecida do fisco e da base de dados dos supermercados, não se afunde no desespero e na morte. Há dias, um só homem, em Barcelos, assassinou quatro pessoas: a filha grávida e a sogra, vizinhas. Ontem, em Esmoriz, um marido marado, despachou a mulher à facada. Estes monstros são o resultado de uma sociedade que os políticos apaixonados pelos negócios de Estado e particulares, não se dão conta que existe. Para eles Portugal cumpriu o que a nossa esposa União Europeia exigiu no tocante ao défice – e isso é o mais importante.

         - Porque, em boa verdade, o país está fechado no Parlamento em discussões de lana- caprina, onde o ódio fermenta dando origem a cogumelos venenosos. Há meses que o bode expiatório é o Governador do Banco de Portugal. Outro dia, de passagem num canal de televisão, vi a crucificação do infeliz Senhor, encarcerado numa “comissão de inquérito”, pelos algozes deputados do PS e BE. Era vergonhoso ver como eles tratavam o honrado homem, o desprezo, o desrespeito, a arrogância de quem sente o poder, a jactância como se lhe dirigiam, a sede de vingança. Esta democracia que eles têm vindo a criar, assemelha-se cada vez mais a um sistema ditatorial, autoritário e medíocre que vai ser um dia julgado na praça pública.


         - Porque tudo tem um tempo. Veja-se o caso russo. Ontem, corajosamente, saíram à rua para denunciar a corrupção que mantém Putin no poder, centenas e centenas de pessoas. A polícia actuou ao modo do tirano prendendo para cima de um milhar de manifestantes. Tenho mais medo de Putin que de Trump, pela simples razão que a América vive em democracia, a Rússia, não.