segunda-feira, março 20, 2017

Segunda, 20.
Encontro com a Alzira no Corte Inglês. Durante o almoço discutimos essa coisa encantadora que é ser português. Ao cabo da conversa agradável e por vezes vivificante, eu conclui: “Digamos que somos enquanto povo tolerantes, mas embarcamos facilmente nas promessas e nos divinos salvadores do nosso património genético.” Gargalhada saborosa da sua parte.

         - Um pouco antes, na Brasileira, com o Guilherme que insiste em oferecer-nos, ao João e a mim, um ágape à maneira como agradecimento do nosso trabalho, primeira versão do Corregedor, última minha, do livro editado pela Imprensa Nacional. Acontece que o João recusa-se a entrar no Aqui Há Peixe porque não gosta de comer ao lado dos fascistas de direita. Das vezes que lá fui, com efeito, tive a meu lado o Champalimaud, o Carlos Gomes da Silva, o Catroga e outros. A mim isso não me incomoda e até gosto porque nunca se sabe quando posso vir a tirar partido da circunstância...


         - Instalou-se outra polémica. Segundo o biógrafo de Jorge Sampaio em livro saído a semana passada, José Pedro Castanheira, o ex-presidente da República, foi o último a saber da cedência da Base das Lajes aos americanos quando da guerra no Iraque. Durão Barroso já saiu a dizer que é mentira, que o Presidente da República foi até o primeiro a quem pediu opinião. Ora, sendo o chefe de Estado também comandante das Forças Armadas, custa a acreditar na versão do autor do livro, mas com Barroso nada me surpreende. Então não foi na sequência dessa cedência que ele foi convidado para ser Presidente da Comissão Europeia!