Segunda, 20.
Encontro
com a Alzira no Corte Inglês. Durante o almoço discutimos essa coisa encantadora
que é ser português. Ao cabo da conversa agradável e por vezes vivificante, eu
conclui: “Digamos que somos enquanto povo tolerantes, mas embarcamos facilmente
nas promessas e nos divinos salvadores do nosso património genético.” Gargalhada
saborosa da sua parte.
- Um pouco antes, na Brasileira, com o
Guilherme que insiste em oferecer-nos, ao João e a mim, um ágape à maneira como
agradecimento do nosso trabalho, primeira versão do Corregedor, última minha, do
livro editado pela Imprensa Nacional. Acontece que o João recusa-se a entrar no
Aqui Há Peixe porque não gosta de comer ao lado dos fascistas de direita. Das
vezes que lá fui, com efeito, tive a meu lado o Champalimaud, o Carlos Gomes da
Silva, o Catroga e outros. A mim isso não me incomoda e até gosto porque nunca
se sabe quando posso vir a tirar partido da circunstância...
- Instalou-se outra polémica. Segundo
o biógrafo de Jorge Sampaio em livro saído a semana passada, José Pedro
Castanheira, o ex-presidente da República, foi o último a saber da cedência da
Base das Lajes aos americanos quando da guerra no Iraque. Durão Barroso já saiu
a dizer que é mentira, que o Presidente da República foi até o primeiro a quem
pediu opinião. Ora, sendo o chefe de Estado também comandante das Forças
Armadas, custa a acreditar na versão do autor do livro, mas com Barroso nada me
surpreende. Então não foi na sequência dessa cedência que ele foi convidado
para ser Presidente da Comissão Europeia!