terça-feira, setembro 16, 2025

Terça, 16.

Vi e ouvi a primeira maratona de entrevistas aos candidatos autárquicos, com a vantagem de ter ficado esclarecido que não voltarei a ver outra que vier. Tanto a candidata à Câmara de Lisboa do PS como Carlos Moedas não me interessaram minimamente, sobrando as franjas ideológicas que me pareceram mais sólidas: João Ferreira do PCP e Bruno Mascarenhas do Chega. Sobretudo aquele, que mostrou mais conhecimento, mais consenso nos objectivos e mais equilíbrio social e político. A senhora foi francamente fracota, com a lição tirada dos manuais do bocejo. Um ausente se agigantou: António Costa. Durante o seu reinado e ainda por cima com maioria, nunca se ocupou da habitação e só o começou a fazer quando os jovens desceram às ruas reivindicando um tecto. A pagaille ainda vai no adro. 

         - Os avisos são cada vez mais explícitos. A Polónia não pára de interceptar drones e deteve dois bielorrussos. Os EUA atacaram navio venezuelano e mataram três pessoas. Israel destrói e intensifica bombardeamentos a Gaza. 

         - A situação do SNS é cada vez mais complicada e insustentável. Nisto misturam-se interesses privados e públicos e os médicos não são hoje o que foram os seus antecessores. Agora é o lucro que conta e quase nada a entrega aos doentes e à profissão. Tornaram-se funcionários públicos ou empregados dos sectores privados que inventaram um estratagema que os contrata enquanto médicos independentes que ganham à hora a preços elevadíssimos quando comparados com os que auferem os seus colegas efectivos nos hospitais públicos. São brigadas que chegam e partem, não pertencem a nenhum senhor, estão ao serviço de quem lhes der mais.  Aí não parece haver deontologia alguma, faltam quando lhes apetece e não se responsabilizam por equipas disponíveis nos hospitais públicos. Daí a angústia da ministra em criar equipas de médicos aptos a servir as populações, em particular as grávidas. Governar em democracia, está cada vez mais difícil. Portanto os povos tendem a encostar-se aos ditadores e oligarcas. Dito de outro modo, à extrema-direita ou extra-esquerda.