sexta-feira, fevereiro 16, 2024

Sexta. 16.
Não sei o que deu à Gi. Todos os dias envia-me fotografias dos tempos em que a beleza me invadia e a vida corria solta pelos becos mal afamados da minha inquietude. Ver-me nestas fotos é admirar um passado acelerado, sem escolhos, entregue à loucura da liberdade sem freio, ao destino incerto prodigalizado pelas longas horas dos dias e das noites eternas. Segundo ela, este espólio, pertencia à minha saudosa irmã que me estimava como um filho, devido aos quinze anos de diferença que tínhamos. Sem ela, não teria recordação desses tempos revolutos, dessas tardes belas e desassossegadas, passadas na Rádio Universidade a gravar o programa Nova Musa. Este era emitido aos domingos de manhã, tinha sonoplastia do João David Nunes e a gravação do Jorge (não recordo o apelido). O Zé Nuno Martins, anunciava-o assim: “Segue-se o programa Nova Musa do catedrático Helder de Sousa.” Lente ou não, o facto é que me empenhava em fazer um trabalho digno que durou, se bem me lembro, quatro anos e foi premiado como o melhor da estação. A medalha que recebi deve andar por aí perdida.

Na cabine de gravação apresentando o meu programa.

         - Não me conformo com o que se passa na Palestina. Os mortos passam já dos 20 mil e destes 11 mil são crianças. O ditador israelita, anuncia para breve o ataque final ao que resta dos ternos palestinos. Ninguém consegue detê-lo e só se ouve a voz vibrante do secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres. Netanyahu que engendrou toda esta chacina, devia ser condenado no Tribunal Internacional dos Direitos Humanos. É compreensível que o ódio aos judeus cresça por todo o lado – isso deve-se ao corrupto primeiro-ministro e ao seu ominoso ministro da Defesa Yoav Gallant. 

         - Quando estava a concluir esta página, entra-me a notícia da morte do opositor ao ditador Putin, Alexei Navalny. Vem da plataforma X, da página do ministro dos Negócios Estrangeiros Português, João Cravinho: “Presto homenagem a Lexei Navalny que resistiu ao regime de Putin e lutou pela democracia na Rússia. Putin, que exerceu o seu poder arbitrário prendendo-o em circunstâncias cada vez mais draconianas, é responsável pela sua morte. Condolências à família e ao povo russo.” Um facínora morre com as mesmas armas que mata – assim acontecerá não tarda à besta que o mandou assassinar. Não entendo, não posso entender, porque razão o PCP louva uma monstruosidade desta espécie.