domingo, fevereiro 25, 2024

Domingo, 25.

Eufemisticamente os nossos jornalistas dizem que a campanha para as próximas eleições começou hoje. A verdade é que António Costa à frente da banda dita socialista, nunca por um só dia deixou de fazer propaganda a propósito de tudo e, sobretudo, de nada. A lata do seu Vasco Gonçalves chega a ser patética. Ou será que o homem não se enxerga, vive noutro planeta, ou desembarcou aqui vindo do fim do mundo onde o socialismo ensaia os primeiros passos. Seja como for, pela parte que me toca, não vi um único debate, entrevista, mesa de redonda, comício, arruada nem conto fazê-lo até ao fim da gritaria. Há anos que não voto, descrente desta democracia saloia que tanto atrai os incautos. Desta vez irei fazê-lo com uma única intenção: afastar por vinte anos os socialistas do poder. Portanto, exercerei o voto de protesto fazendo a cruzinha num dos pequerruchos partidos – mas nunca naquele que tem consistentemente um por cento. 

         - Justamente. Porque falei no bicho, pensei no peditório para a Cáritas que julgo estar em curso. Ouvi na RTP1 um respeitável senhor com alto cargo na Organização, dizer que dispunha apenas de 200 mil euros para acudir a centenas de necessitados. Logo o socialismo me veio à lembrança, o verdadeiro, não aquele que exerce o senhor Pedro Nuno Santos, aqui apelidado de Vasco Gonçalves. Pois o homem, vivendo em Lisboa há uma data de anos, disse na folha da Assembleia Nacional que a sua residência era na santa terrinha lá para o Norte e, nessas condições, deputado por excelência, recebe ajudas de custo. Sabem quanto? Precisamente o montante que a Cáritas dispõe para matar a fome aos cada vez mais pobres que o seu socialismo criou. 

         - A esquerda deles anda revoltada por o Chega em meia dúzia de anos estar já na terceira posição da confiança dos portugueses. Em vez de se revoltar, devia perguntar-se a quem se deve assacar responsabilidades de um tal mérito, num partido sem ideias, sem programa, vivendo do oportunismo populista, da frustração das pessoas e das mentiras que a esquerda continua a apregoar como se os séculos não tivessem passado e estarmos hoje, mulheres e homens, no século XIX.  

         - Por todo o lado há um despertar das consciências que nada tem a ver com ideologias antes pelo contrário, estas querem apropriar-se do fenómeno. Falo do movimento dos agricultores, mas também podia falar da tomada de consciência dos jovens (certos pelo menos) relativamente ao nosso Planeta. Os que trabalham a terra, até hoje, foram escravos das grandes empresas distribuidoras e supermercados. São eles que nos alimentam, mas para o fazerem passam mal, vivem pobres, sujeitos ao clima e à loucura dos lucros daqueles que não sabem o esforço do trabalho de sol a sol, oito dias por semana, trezentos e sessenta dias por ano. Por isso, contaminados uns pelos outros, em vários países da Europa como noutros continentes, não largam a rua em protesto por uma vida digna. Julien Green dizia que não conhecia um só editor pobre, mas sabia de muitos escritores a viver na pobreza. O mesmo se pode constatar com os homens que cultivam a terra. Eles fizeram a guerra por eles, entre eles, sem apoio de centrais sindicais, partidos ou associações disto e daquilo, enfrentam os governos e sabem hoje a força que possuem. Glória lhes seja feita. Até a União Europeia vergaram – e bem com saber e revolta. 

         - Passei uma parte do dia à roda dos tachos, confeccionando dois pratos no forno e uma sopa tudo para arquivo e consumo ao longo da semana.