sábado, fevereiro 24, 2024

Sábado, 24.

Passam hoje dois anos sobre a invasão da Ucrânia pelo fascista ditador da Federação Russa Vladimir Putin. Apoiado por todos os outros monstros que reduzem os seus povos à escravidão, aos maus-tratos, à morte e à prisão, com a benevolência ou o medo dos países democráticos, o encolhimento da UE com seus dirigentes medíocres e titubeantes, num mundo em eleições por todo o lado e, nessas condições, a coçar a sua barriga, o monstro tem conseguido avançar precariamente quando comparado com o projecto de meia dúzia de dias que era o seu para tomar todo o país. Deste contexto e do mundo inteiro, ressaiu um homem valente, decidido, jovem e crente em valores morais e éticos, determinado e só, lutando pelo seu povo e por todos nós, um líder que se distingue dos demais pela ousadia, fé e confiança na liberdade: Volodymyr Olexandrovytch Zelensky. Enquanto a Rússia recebe 1,2 milhões de munições do boneco de borracha da Coreia do Norte e outras ajudas do Irão, num “rácio de 12 para 1” (palavras de Mykhailo Podolyak conselheiro do Presidente ucraniano), e as ajudas dos EUA, da UE são escassas e só lamentos e promessas têm adiantado, à excepção da Alemanha e Reino Unido, Japão e países nórdicos, a Ucrânia, apesar do abandono e das lágrimas de crocodilo, resiste heroicamente à barbárie do facínora Putin e dos seus amigos do PCP e outros quejandos espalhados pelos países subdesenvolvidos da África e América Latina. Isto mercê (volto a citar o conselheiro de Zelensky ao Público) “das influências e a corrupção da Rússia sobre os países europeus, através das suas redes que trabalham com o pretexto da cultura, ciência, negócios, difundindo as suas narrativas. Outro factor é a impreparação psicológica para se perceber que esta guerra não se trata de território (pense bem leitor no que se segue), mas sim de respeito pelas regras.” Só mais uma nota para recordar que os idiotas François Hollande e Nicolas Sarkosy no seu tempo, embrulhados em negociatas com a Rússia e a China, pensaram pôr os Estados Unidos de parte. E quem não se lembra da ingenuidade de Emmanuel Macron quando julgava ter poder sobre o tirano russo se deslocou a Moscovo e falou dezenas de vezes com ele ao telefone, humilhando-se e humilhando os europeus, pondo, inclusivamente em causa a NATO alinhando com o louco fanfarrão Donald Trump. Biden foi mais assertivo, chamando a Putin “filho da puta”. Este é cá dos meus.   

          - Cruzes, chega de médicos! Ontem estive com a médica de família e um seu aprendiz, um jovem clínico interessante, que me fez lembrar a personagem principal do meu romance O Pesadelo dos Dias Felizes, recusado por duas editoras, com a palmatória da censura, “o tema não se adequa ao nosso catálogo”. Ambos de uma simpatia que se eu estivesse a morrer ressuscitaria de imediato. Levei-lhe a quantidade de exames – análises, receituário médico, observações do cardiologista, electrocardiograma, eco ao fígado e abdómen, dois novos medicamentos propostos pelo afamado professor do coração – e depois de tudo visto e discutido entre eles comigo sempre a entremeter-me, o diagnóstico foi idêntico ao do cardiologista: “O senhor não tem doença nenhuma, os exames estão óptimos, e apenas precisa de não se emocionar. Volte cá para Maio com os dois exames: M.A.P.E. e exame de esforço como o cardiologista pretende.” Rindo-se: “E não se esqueça do comprimido para a tensão todos os dias.” “Que vou tentar substituir por um complemento alimentar” – acrescentei.  

         - Bons momentos em casa da Glória e Raul. Um excelente bolo de maçã e mel com um chá de ervas, à lareira, a conversa a fluir por duas boas horas.