quarta-feira, fevereiro 21, 2024

Quarta, 21.

Os médicos privados e não sei se os públicos, criaram uma fórmula muito curiosa para se desembaraçarem das perguntas incómodas dos seus pacientes: se se trata de uma pessoa mais idosa que se queixa de qualquer mal a necessitar de resposta convincente, eles despacham-na “isso é da idade”; se se trata de um jovem lançam “isso é uma virose”. E assim a medicina vai dando fabulosos lucros a toda a gente menos aos doentes. 

         - Esta norma actual, vem do desprezo que António Costa teve enquanto governante pela saúde. Como diz Luís Montenegro e bem, nos últimos oito anos construíram-se 23 hospitais privados e zero públicos. Costa não fez nada que jeito tenha, e o pouco que fez foi empurrado pelos protestos das vastas camadas sociais: professores, médicos, enfermeiros, polícias, guardas prisionais, agricultores, funcionários públicos, habitação, etc. O Vasco Gonçalves do PS, como se nunca tivesse feito parte da equipa governamental, promete mundos e fundos, diz que vai fazer isto e aquilo, e o que todos perguntam é se o homem não é socialista, não esteve no governo, não votou leis ao lado de António Costa e não contribuiu para a paralisia do país.

         - A propósito pois que há leitores que felizmente se interessam por mim. Na segunda-feira lá fui ao cardiologista que me recebeu fora do seu horário habitual de trabalho e por isso lhe estou grato. Levei-lhe a taleiga de análises e exames que a médica de família pediu. O clínico analisou tudo cuidadosamente, auscultou-me, fez um electrocardiograma, conversou muito tempo comigo, para concluir aquilo que eu sempre dissera: o que tive foi um pico de tensão por ser uma criatura muito sensível. Escapei, provavelmente, de um AVC devido ao escape do derrame sanguíneo pelo nariz. Mas aparentemente não há doença nenhuma, as análises estão impecáveis, até o colesterol desceu substancialmente apenas com o Danacol – acordo que fiz com a cara Dra. Vera Martins do Centro de Saúde. Conclusão: o que preciso é de controlar a tensão arterial. Mas dizia eu ao médico, se a escrita me altera dos pés à cabeça! Então ele teve uma ideia: passou-me um laxante para dissolver debaixo da língua antes das duas horas de trabalho, o meu querido Valdispert “é muito fraquinho”. Trata-se de coisa – diz ele e eu acredito – inócua. À parte isto: vou lá voltar daqui a dois meses para um M.A.P.A. de 24 horas e uma prova de esforço que disse querer ser ele mesmo a fazê-la. 

         - Contudo, para se perceber no que a pouco e pouco o Hospital da Luz se transformou, quando lhe expliquei como fui atendido em trinta minutos, rápido e eficiente, mas com o médico de serviço a dar-me um comprimido de longo efeito na descida da pressão e a despachar-me com a ordenança de ir vigiando a tensão e mais nada era preciso fazer. “Se a tensão continuar a subir, volte cá.” Tive eu de insistir me desse algo que me protege-se de outro susto. Ele receitou-me então Amiodipina 5 mg. (que estou já a tentar substituir por um produto natural), adiantando que não tomasse logo. Tudo isto expliquei ao cardiologista que retorquiu com indignação “Ele apenas fez isso?”

         - Não há que admirar. Naquele mesmo hospital quando lá levei a Piedade, o clínico que a atendeu, fez uma série de exames que custaram uma fortuna e não serviram para nada ou antes obrigariam a que ela lá voltasse porque, claro, só dias depois eles estariam disponíveis. Foi lá o neto buscá-los e como ela não tem médico de família e os dois centros de saúde daqui não a receberam, eu consegui um médico na Quinta do Anjo que leu os exames e a medicou em consonância. Quanto a ela como a mim, o que o hospital queria era facturar 95 euros duas vezes! A saúde está transvertida num negócio das arábias. Quem tem dinheiro sobrevive, quem não o tem vive em sofrimento e morre abandonado. Pode-se dizer que os socialistas são criminosos no modo como governaram o país.

         - Passei uma hora a roçar erva de metro de altura. Nenhum cansaço, mas cuidava que a tensão devia estar como a daquela senhora janota do Centro de Saúde nos 26. Não: 13,1-6,7. Oh!