quarta-feira, janeiro 31, 2024

Quarta, 31.

Eu já não os aturo. Assim que aparece qualquer politiqueiro a prometer o que não fez quando esteve no Governo ou outro que promete tudo e mais o que não tem como é o caso dos que para lá querem ir e nada oferecem de útil à nação e aos portugueses, eu desligo aquele mundo fantasioso, aberto a toda a sorte de criminosos e ladrões, espécie de feira da ladra franqueada em permanência à estupefacção dos incautos. 

         - Tomemos um exemplo. A viúva do BE há dias manifestava-se contra “o triste espectáculo da direita” referindo-se ao que se passa na Madeira; nada diz porém do que se passa (e passou) com a esquerda no Continente, como se a operação Influencer  não existisse, os 75.800 euros encontrados pelo MP no gabinete do amigalhaço ao lado do primeiro-ministro Costa, a rebaldaria Galamba, José Sócrates e seus generosos empresários, etc. etc.. Esta tem PFAS a mais no sangue, a pobre. 

         - Dia esplendoroso como gostaria de ter até ao fim da minha vida. Não saí daqui ocupado com o romance de manhã e à tarde duas horas de Cícero ao sol, depois a cavar a terra para plantar uma Feijoa que trouxe do jardim da Alice. Escolho o local e quando comecei a escavar, apareceu-me submersa na terra e na erva de metro, uma larga laje antiga que não me recordo  haver visto quando aqui cheguei pela primeira vez. Trata-se de um tijolo talvez do início dos inícios, quando o primeiro proprietário construiu alguma espécie de casa agrícola. Tentei remover a erva e a dada altura a transpirar, arrasado, pus de lado a tarefa e fui escolher outro local. Virado para o portão da entrada sem, contudo, deixar de ver até onde vai o achado que hoje descobri. Tenho trabalho para mais uns dias. 

         - Que dizer do dia de ontem! Cheguei a Caldas da Rainha pelas onze da manhã e tinha a minha amiga à espera para um passeio pelo mercado principal que visito sempre com a mesma admiração e prazer. Temos uma rotina que começa num dos cafés da praça e só depois avançamos para percorrer cada uma das tendas de cima abaixo, de lado a lado. Eu vibro, ela talvez não vivendo ali com hábitos enraizados de família desde que deixou a Assembleia da República. De seguida fomos para sua casa. Um almoço suculento de galinha do campo que só pecou por ser muito rija, nada que eu não soubesse devido aos coelhos que o Ramsés me trazia e eu confeccionava. Após o café acompanhado de um bolo caseiro de urtigas, fizemos um longo passeio pelo jardim de quatro hectares. Tudo regado generosamente com muita conversa e simpatia. Saí daquele magnífico espaço com dois sacos de exemplares de flores e pés de árvores com a terra que os alimenta e carreguei como o preto da Casa Africana de antigamente até aqui. Cheguei já a noite tinha avançado e o noticiário da SIC terminado. Caldas da Rainha é uma cidade à escala humana e fica a menos de uma hora de viagem.