sábado, janeiro 13, 2024

Sábado, 13.

Mais uma vez vou ter que chamar António Barreto a enriquecer estas páginas. “Sempre o PS teve uma predilecção pelos serviços públicos (é onde estão os seus apoiantes, digo eu). É o seu melhor lado (será?), a sua primordial inspiração. Acontece que é crente, mas não praticante, O estado actual em que se encontram muitos serviços públicos faz-nos pensar em ciclos de bancarrota ou situações depois de catástrofe natural. As cidades sã esvaziadas, é o termo, dos seus habitantes tradicionais. Nas ruas de Lisboa Porto, regressam os mendigos, os sem-abrigo e os despejados sem capacidade económica. A crise da habitação parece planeada pelos especuladores. O caos do Serviço Nacional de Saúde é inimaginável. É escandalosa a absoluta falta de precisão das necessidades, dos meios, dos profissionais e dos recursos para a saúde. Tal como a incapacidade para gerir a escola púbica, que parece em permanente desastre.” Perante este retrato, será possível que os socialistas da esquerda com ambição a fazer melhor, perdão, pior, ultrapassem os 6 por cento que por toda essa Europa vigoram desde o desaparecimento de François Hollande? 

         - Já agora, porque vem a talhe de foice, aqui deixo mais um troféu da governação da ala direita do PS, chefiada pelo “inteligente” António Costa: 30% dos portugueses entre 15 e 39 anos, segundo o Observatório da Emigração, abandonaram Portugal para trabalhar o estrangeiro nestes últimos anos.  

         - Um elogio ao texto de Sofia Lorena no Público de hoje à cerca da complexidade que impera no Médio Oriente, atacado ontem pelos EUA e Inglaterra com mísseis que pretendem atemorizar o sólido exército dos houthis do Iémen. O artigo é não só esclarecedor, como extremamente bem escrito – jóia rara no jornalismo dos nossos dias. 

         - Ontem regressei a casa já a noite inundava o campo de um manto de estrelas e o frio rabiava por todo o lado. Parti de manhã e comecei a tricotar no romance no café da Fnac por falta de lugar na Brasileira, apropriada pelos nossos salvadores os queridos estrangeiros. Almocei no C.I. e de seguida, num dos recantos onde quase ninguém passa, prossegui no tricot. Quando ia no metro para a estação Roma-Areeiro, o telefone toca e tenho do outro lado o João Corregedor a convidar-me para um café e dois dedos de conversa. Os dois dedos cresceram em duas horas agradáveis e vivas, devido como sempre ao nosso desentendimento político, talvez hoje mais atenuado da sua parte, por não querer perder o amigo e antigo colega de longa data. Ele é muito, não digo sovina, não, cruzes, mas economicozinho. Foi, por isso, com surpresa que o vi abrir o porta-moedas e pagar a despesa “sou eu que convido”. E lá desembolsou o preço de uma bica e o Travesseiro de Sintra que a acompanhou. No comboio, apinhado, só eu e duas passageiras tinham máscara, embora a orquestra da tosse fosse insuportável. 

         - Esta indecência que escutei a um tipo que se cruzou comigo no C.I., diz muito do estado a que chegou a distância entre governantes e governados: ”Os políticos são como as fraldas, se não se trocam começam a cheirar mal.”