quarta-feira, janeiro 03, 2024

Quarta, 3.

Neste início de ano, o mundo parece apostar na hecatombe. São já tantas as guerras que só falta uni-las para que o conflito à escala mundial tenha lugar. Israel liquidou ontem o estratego número dois do HAMAS, Saleh al-Arouri, que vivia em Beirute, e fazia a união entre o HAMAS e o Hezbollah, servindo-se do arsenal bélico que mata à distância com um simples premir de botão. Coincidência ou não, o Irão que assinalava a morte de Soleimani, o grande obreiro da aliança do Irão com os irmãos muçulmanos, morto pelos Estados Unidos em 2020, foi surpreendido com uma série de explosões perto do cemitério onde jaz o oficial, matando 70 pessoas. Um pormenor: o primeiro devia discursar sobre o segundo. O que se segue? Tendo em conta o que disse Nasrallah ao impor a Israel uma “linha vermelha” (que, de resto, ainda não confirmou nem desmentiu a autoria do ataque), o Médio Oriente aguarda em alerta. 

Se tivermos em conta a guerra na Ucrânia, o crescente ataque diário de Moscovo e a retaliação de Kiev, assim como a chamada da Polónia à zona do conflito, para não falar do Sudão, Miramar, Iémen, e passo e, sobretudo, dos apoios que estão faltando na defesa da Europa; nas expectativas eleitorais nos Estados Unidos; na falta de estratégia da UE, nas ajudas a conta-gotas para a defesa das fronteiras da Europa; temo que ainda este ano estejamos envolvidos no começo da Terceira Guerra Mundial. Francamente não agouro nada de bom neste triste quadro mundial. Não se vislumbra nos políticos de hoje, ninguém que ombreie com De Gaulle, o chanceler Adenauer ou mesmo Churchill. 

         - Não me apetece falar de mais nada. Aproveito este intervalo para me regozijar com os amigos que este Natal e início de ano, se lembraram de mim. Até da China vermelha me chegaram votos de prosperidade. Disse ao João Corregedor que é todo pró-China, que por lá até os envelopes e toda a correspondência é vermelha. Riu-se de satisfação.  Mas não consta que Xi Jinping, ping, ping, lhe tenha escrito. O meu amigo, pelo contrário, convidou-me a ir visitá-lo, mas eu respondi que não viajo para países governados por ditadores.