quinta-feira, abril 14, 2022

Quinta, 14.

É minha convicção (desde a invasão da Ucrânia), que tarde ou cedo, mais cedo que tarde, entraremos na Terceira Guerra Mundial. Com o passar das semanas e a agudização do conflito, esta minha impressão cimentou-se e é para mim hoje um facto consumado.  

         - Eu não gosto de quase nada que venha de Bruxelas, mas Eugénio Lisboa que foi Conselheiro Cultural na nossa embaixada em Londres, e, nessa condição, conheceu o pior (e o melhor) da fauna que vegeta nesses meios, diz a dada altura (Julho de 1990) sem papas na língua: “Segundo o Ernesto (trata-se de Ernesto Guerra da Cal, filólogo e escritor) o Parlamento Europeu está a tornar-se parecido com as Nações Unidas: grandes salários, grandes negócios e grandes fodas. Tudo em grande.”   

         - Aproveitando o dia majestoso, com a ajuda da Piedade, tentei pôr pela primeira vez este ano o cortador de relva a funcionar. Recusou. Insisti indo puxar-lhe pelas goelas várias vezes de manhã e muitas esta tarde até há cinco minutos – em vão. Tudo parece estar nos conformes. Talvez seja a minha falta de força para puxar o cordão que o põe a saltar. Irei daqui a pouco falar com ele de mansinho, pode ser que assim nos entendamos.    

         - A pobre da Piedade está entrar de novo em depressão. Não se entende com a africana que o neto meteu lá em casa. Perguntei-lhe se ele tem feito alguma coisa para trazer o filho da primeira mulher para sua companhia. “Não – acrescentando: - Ela parece que só queria ter o filho, parece que gosta de mulheres.” Entupi.