quarta-feira, abril 13, 2022

Quarta, 13.

Almocei ontem com o João na Confeitaria Nacional. Ali como por todo o lado os preços gramparam e a refeição custou-nos mais quatro euros, “800 escudos já vistes!”. Estivemos à conversa até às quatro da tarde, sem praticamente se falar de política, embora o meu amigo por duas vezes chamasse Putin à liça. De rompante para dizer que o ditador tem três cursos superiores e é homem muito inteligente. Talvez. Seja como for não acredito em nada que venha dali, mais a mais porque o que conheço da adolescência do Pinóquio, não aponta na formação universitária atribuída, antes pelo contrário. 

         - Quando se contam os mortos em tempo de guerra, é como contar feijões a granel – nada bate certo. Os que estão do lado da Rússia – como o João Corregedor – dizem que o seu número é ínfimo; os que se juntam à Ucrânia martirizada, tendem a acreditar na soma que esta fornece. Seja como for, dos ataques de anteontem e ontem a Mariupol, fala-se em para cima de 10 mil mortos. O apuramento, far-se-á um dia, sendo certo que uma guerra injusta e idiota, um só mártir vale por milhões.  

         - A velhice começa a rondar-me ao amanhecer. Um pouco antes de acordar completamente, atulha-se-me a mente de tenebrosos e sombrios episódios que me agitam o sono e me deixam prostrado de amargura. Um tumulto imenso de imagens, pensamentos, episódios, flutuações de sentimentos, pesadelos fazem-me dar voltas na cama, procurando reencontrar o resto do sono de que o corpo carece. Toda a minha vida dormi bem, adormecia cinco minutos depois de me deitar e só acordava sete, oito horas depois. Agora, volta que não volta, estou nisto. 

         - Hoje, segundo DGS, 60 mil novos casos de covid-19. 

         - Fui ao dentista ver o maxilar superior, aceitei com reservas e promessas dele melhorar a obra de arte.