sábado, fevereiro 26, 2022

Sábado, 26.

Os comunistas estão orgulhosamente sós como Salazar esteve. Ao lado deles no elogio ao ditador Putin, a Arábia Saudita, Índia e (+ ou -) a China.  

         - O João indignava-se outro dia contra a Hungria que dizia estar a garrotear a liberdade de imprensa. É o que acontece há muito tempo no país do seu adorado Vladimir Putin. Por lá é ainda pior, pois com grandes manifestações a decorrer por toda a Rússia contra a guerra na Ucrânia, foram presos pelo menos 2.000 manifestantes. 

         - Eu gostava de elogiar Emmanuel Macron, mas hesito. Não sei se todos aqueles salamaleques ao ditador Putin são autênticos e traduzem a verdadeira vontade de ajuda a Zelenesky, ou não passam de desmedida ambição de poder; partindo do princípio que ele não é pateta e não gosta de ser humilhado.  

         - Admiro o sangue frio, a dignidade, a coragem, a grandeza e salutar orgulho do jovem Presidente da Ucrânia. Esta noite foi terrível, tanques e artilharia aérea bombardearam Kiev e os vestígios dos atentados chegam-nos em imagens ao pequeno-almoço. Deve estar próximo o seu fim. Mas ele é já o herói que o mundo julgava não existir, num tempo de medíocres e covardes dirigentes políticos.   

         - O mundo não será mais o mesmo. A prova está nos acordos saídos da II Grande Guerra entre a URSS, a Finlândia e a Suécia (com a ilha de Gotland, no centro do mar Báltico), a primeira com fronteira com a Rússia. O Kremlin acaba de  ameaçar os dois países com “sérias repercussões políticas e militares” caso tenham a veleidade de aderir à NATO. A Finlândia, a semana passada, deu 50 milhões de dólares de ajuda à Ucrânia e olha para a invasão como algo que lhe pode também bater à porta, apesar de os dois Estados terem estatuto de neutralidade.  

         - Por toda a Europa grandes manifestações contra a guerra. Amanhã (se se confirmar) haverá uma em frente à embaixada da Rússia, em Lisboa. Lá estarei apesar das dores que tenho no joelho direito e do consequente aumento do cisto de Baker, devido mais uma vez ao jeito que dei ao sair da cama.