sábado, fevereiro 19, 2022

Sábado, 19.

Em sempre achei que o Governo e a Administração Pública, tratam os portugueses como lacaios e trampolim dos seus interesses partidários. Daí lhes pagar eu com a mesma moeda: não tenho respeito por quem não tem por mim. De contrário, atente-se ao que se passou nas recentes eleições onde, pura e simplesmente, foram eliminados 150 mil votos dos emigrantes da Europa. A maioria estava ganha, o PSD danado por ter perdido aquilo que pensava ser ginjas; uns de ganância, outros de raiva, os 150 mil boletins já não serviam a ninguém e, talvez, ainda viessem aumentar a vergonha da abstenção. Outra interpretação teve o TC, e contra o parecer do constitucionalista Presidente da República e a ignorância dos restantes, mandou que a consulta fosse repetida. A ver vamos se desta vez não é a abstenção que ganha.  

         - As escaramuças provocatórias já aconteceram na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia. Eu estou com Biden, não tarda a invasão vai acontecer. O mais estranho de tudo isto, é que nem a Europa, nem a NATO ou os EUA, vão apoiar os infelizes ucranianos. Cheira-me. Farão invectivas financeiras e económicas que alguém irá furar e com o tempo Putin acaba a dominar todo o país.  

         - 61 por cento dos portugueses não leram um único livro nestes últimos anos! O mundo político e jornalístico, científico e do ensino, abrem a boca num espanto que mete medo. Eles ainda não meteram nas cabeças iluminadas, que o país onde vivem é habitado por uma qualidade de gente apostada em contrariar o Portugal de esquerda que durante 50 anos combateu os três F: Fado, Futebol e Fátima. 

         - Ontem, manhã excepcionalmente produtiva: duas páginas. De tarde fui a Lisboa resolver assuntos. No metro, entrou e sentou-se a meu lado, um tipo de raça, perdão, agora diz-se género indiano. Logo retirou do bolso o inseparável telemóvel e pôs-se à conversa naturalmente estridente e à velocidade dum foguete. Do que eu percebi foi: “ caga caga sime ca”, e antes que começasse a cheirar mal mudei-me, rápido, para o oposto da carruagem. Possa! Bufas e o resto não é comigo! 

         - Uma rapariga caiu à minha frente (pelos vistos não são só os coxinhos, coitadinhos, que se espalham). Um homem prestou-se a levantá-la, perguntando: “Deu-lhe algum chalique?” A madame Juju diz falico. Em que ficamos? 

         - Estou a fazer tempo para que chegue a tia Júlia e tutti quanti. Tenho a lareira acesa na sala de jantar e os acepipes na mesa. Esta tia é especializada em doces, vai trazer um de chocolate e nozes. Adoro. Mas sempre com os olhos postos na minha irmã que, de repente, ficou diabética. Horror! Horror! 

         - Dia infernal de vento. Rajadas longas e fortes, frias e desalvoradas, passam por aqui a grande velocidade e derrubam laranjas e material que encontram no pátio, galhos de árvores. O Black, decerto com medo, não apareceu até agora. Está tudo suspenso. Só a melodia das lufadas se ouve sob o sol terno e limpo.