quinta-feira, fevereiro 10, 2022

Quinta, 10.

Não gosto do Chega e como os meus leitores talvez tenham observado, pouca ou nenhuma importância lhe dou neste registo. Contudo, não estou de acordo com a posição de António Costa ao recusar recebê-lo nos encontros preliminares para o programa de governação. Esta sua atitude, só dá força e relevo a um partido que não a merece; além de expor a pouca relevância que Costa dá à democracia. Começamos mal, excelência.  

         - Não se fala doutra coisa: da seca. Há muitos meses que não temos chuva e as barragens desceram assustadoramente, planos estão em curso de contenção de gastos de água, tudo para que este bem essencial não falte nas casas dos portugueses. Tudo isto é certo, mais cordato seria acompanhá-los com informação que ensinasse o português a economizar não só a água como todos os outros bens de consumo. Alguns amigos que aqui vêm, admiram-se com o trabalho que tenho a aproveitar cada litro de água, reutilizando-o nas regas e casas de banho. Outro dia mostrei ao Nieto quanto pago por mês à EPAL de cá, ele arregalou os olhos, descrente: 3,78 euros mês.  

         - Ainda nós por cá vamos indo. Se pensarmos em África, onde o líquido indispensável à vida pura e simplesmente desapareceu, (lembro-me da Etiópia dizimada pela fome e morte), temos o quadro de miséria e pobreza que a Covid-19 veio juntar ao desespero que acampou por esse mundo fora.  

         - Segunda-feira, estando a trabalhar no romance, a dada altura, senti dois abanões fortes que me pareceram duas rajadas de vento ou o ruído de um carro a alta velocidade. Fui ver. Lá fora não havia vestígios preocupantes, tudo permanecia sereno banhado do sol da manhã já quente àquela hora. Pensei tratar-se de qualquer coisa lá longe que o silêncio do campo aproxima. No dia seguinte, o João falou que tinha havido um ligeiro tremor de terra. 

         - Vou ter que pôr os olhos no estaleiro e abandonar o breviário de Green na página 600.