quinta-feira, fevereiro 24, 2022

Quinta, 24.

O que era absolutamente previsível aconteceu: às primeiras horas da manhã de hoje a Rússia invadiu a Ucrânia e a guerra começou. Sabemos como começou, mas não sabemos como terminará nem quando. Como não antevemos quantos milhares de mortos irão somar aos milhares que aconteceram nestes últimos anos entre as ditas “repúblicas independentes” e a Ucrânia. Esta vai ser terrível e nela se testarão todas as armas bélicas mais avançadas. “This is a war of aggression. Ukraine will defend itself and willl win. The world can and must stop Putin. The time to act is now.” Palavras dramáticas do ministro do Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba.    

         Entretanto, multiplicam-se as reuniões, as análises, as estratégias, os comentários, mas é mais uma vez Reino Unido que passa à acção ajudando directamente a nação soberana a manter-se independente. De resto, dando a ideia que nada estava preparado, tanto nos Estados Unidos como na Europa, discute-se, discute-se, discute-se e zero de concreto ainda aconteceu. 

17 horas e 22 minutos.

O que se pergunta é porque razão, ante o modelo bélico das últimas semanas, as forças que se dizem aliadas de Kiev e do seu jovem Presidente, não se posicionaram para impedir a catástrofe que acontece em directo diante dos nossos olhos incrédulos. Espera-se agora pelas sanções que irá tomar Biden. Mas porque não as tomou ele há mais tempo, estando perante de um ditador louco, insensível, desonesto, cínico? 

          - Putin vai perder em todas as frentes e já começou a pagar: antes eram uns 10/15% de ucranianos que não queriam que o país fizesse parte da NATO, hoje quase a totalidade reclama a entrada. Não conheço nenhum ditador dos tempos modernos, que não tenha sido morto da forma mais inglória e trágica. 

         - A China, com outro sistema ditatorial, observa. O que sair deste confronto ditará as próximas investidas de Pequim. Povo paciente, tentacular, atacará quando ninguém esperar. É por isso que a democracia não pode deixar de ajudar a Ucrânia. Espero, por outro lado, que parem com os negócios que reduzem o Ocidente a lacaios destes arrogantes e déspotas governantes. 

         - Não consegui concentrar-me durante todo o dia, pensando nos amigos ucranianos que me ajudaram aqui durante anos. Desde um sacerdote e seu filho, ao Brejnev o ano passado, foram inúmeros os que vieram, dedicados e sérios, através do Fortuna que acudiu e alojou dezenas que fugiram da fome e da guerra nos primeiros tempos da ambição do prepotente Putin. 

         - Até o dia sombrio se aliou à tristeza que me invade.    

         - Felicito António Costa pelo modo claro, rápido e eficaz como tem reagido aos acontecimentos, assim como a competente intervenção do ministro dos Negócios Estrangeiros.