Segunda,
6.
Tenho
de ter uma sólida resistência física e imunológica para não ter conquistado uma
pneumonia ou simples resfriamento. Ontem, convidado pela prole do Corregedor,
abancámos no nosso restaurante habitual, diante do cais, um frio medonho a varrer
a esplanada onde estavam dez pessoas. Eu era o único que não tinha um simples
pulôver para se proteger do vento gélido que vinha do rio. A dada altura tremia
agarrado à toalha de mesa enrolada nos braços. Por amizade aguentei firme.
Dispersado o grupo, o casal da Fonseca veio cá a casa e no pátio estivemos à
conversa até ao fim do dia, um Porto de 1976 delicioso por companhia.
- Que o tempo anda desvairado, é
indiscutível. Em Carpentras que eu conheço bem, no Vaucluse, as temperaturas
negativas e geadas fortes fizeram a sua aparição. Os habitantes dizem que nunca
viram tal. Naquela região, o Mistral costuma acrescentar um ar de loucura com
os uivos vivos a estenderem-se pelas noites de aflição.
- A enorme marmelada que vai por aí a
propósito da ameaça de Costa em se demitir caso as suas propostas às exigências
dos professores não forem aprovadas. Este ciclone de interesses que varreu a
direita e a esquerda, deixou os eleitores mais confusos e não estranharia que a
abstenção às eleições do Parlamento Europeu seja a maior de todos os tempos. Estes
jogos são nojentos e mostram o tipo de políticos que nos (des)governam. O
montante, seja lá ele qual for, é sempre de grande valor que deverá ser pago doravante.
Com que dinheiro? Com o aumento de impostos, a redução da qualidade de serviços
e consequente vida dos portugueses. Mas isso aos políticos não diz respeito. É
mais fascinante o jogo político, as questões de lana caprina, os golpes baixos,
a gritaria entre eles, a excitação e alto brilho dos comentadores.
- Mas falemos de coisas
verdadeiramente sérias. O Papa está na Bulgária e todo o seu pensamento vai
para os refugiados, os migrantes, as pessoas abandonadas à sua sorte.
- O conflito israelo-palestiniano está
em força. A Faixa de Gaza a ferro e fogo. Mortos de ambos os lados: israelitas
e palestinianos.
- Um avião da Aeroflot, que havia
levantado voo do aeroporto de Moscovo, aterrou minutos depois em chamas. Não se
conhece as causas do acidente, sabe-se que dos 78 passageiros a bordo, 41 faleceram.