sábado, maio 11, 2019

Sábado, 11.
Tudo evolui mesmo os slogans da Queima das Fitas na minha saudosa Coimbra. É certo que nessa semana os entusiasmos e os apetites sempre me lembra estarem ao rubro, agora que alguma vez tenhamos sido tão excitantes e práticos que tenhamos proposto às caloiras que se pusessem nuas e nos deixassem os lábios inchados de beijos a troco de shots como fazem os camaradas do Porto isso, com fraqueza. não. Como não tínhamos coragem de fechar uma donzela numa cabine pública e ameaçá-la: “Se daqui queres sair, tens de me fazer vir.” Muito disto, sob as modernas tecnologias que registam tudo. No Porto está a ser assim, será que Coimbra inventa melhor? Eu sei que o Viagra faz maratonas, mas também sei que não há nada como um saco de gelo para o combater.    


         - Vi há dias por mero acaso a canção que Portugal leva à Eurovisão. Aquilo é abaixo de cão, de uma idiotice primária, com dois tipos vulgares, do género periferia de capoeira,  um deles a atirar-se ao chão numa tentativa de ficar todo partido ou pelo menos amachucado. A canção propriamente dita, não tem por onde se lhe pegue, é boçal melódica e de letra. Parece que foi a mais votada democraticamente pelos telespectadores, facto que não me surpreende; o que espanta, se é verdade o que me dizem, é terem sido os votos em sintonia do júri no estúdio que premiaram a tarouquice. É mais uma mediocrize que faz jus à saudável união entre uns e outros, mas que nada tem a ver com música. Se a que lhes deu o prémio há dois anos era lamechas; esta é chunga e ordinária. Tanto uma como outra, ninguém reterá e uma semana depois nenhuma rádio a transmitirá. Aquela está enterrada, esta vai a caminho do cemitério. A qualidade do festival, está ao nível de tudo o que o mundo tem por extraordinário, isto é, a latrina.

         - Realmente os medíocres têm lata para tudo. É o caso do nosso cherne maoísta convertido ao capitalismo, de seu nome Durão Barroso. Anda por aí, quero dizer, por Portugal, a debitar postas de cherne como se tivesse sido um estadista ao nível de Jacques Delors. A quadrada criatura, corrida de todo o lado por corrupta e aproveitadora, mentirosa e pateta, quer renascer do pecado utilizando a fraca memória dos seus compatriotas e o seu desinteresse por tudo que não seja futebol. A União Europeia não precisa de um elemento que a dirigiu contra si e a seu obsessivo interesse pessoal. Que se deixe estar onde está, no meio dos dejectos capitalistas que trabalhou na sombra quando foi Presidente da dita União para conseguir. Não me admira que seja um incondicional apoiante de Trump.


         - Nesta altura do ano, bem posso lutar contra a caixa de multivitaminas. Chego até aqui de rastos, vergado a um cansaço excessivo, amorfo, o cérebro cheio de ratazanas, as forças feitas fios de nylon arrastadas pelo chão de condenados, tão frágil, infeliz, uma alface murcha, um pedaço de coisa nenhuma. Limito-me a estar vivo, a olhar os dias e as noites sem nelas entrar ou entrando logo saindo para as horas vazias que não encho tocadas da nostalgia que impregna cada espaço do meu pobre corpo (interrompido).