sábado, setembro 16, 2017

Sábado, 16.

O Governo apregoa laudas todos os dias acerca dos feitos económicos: a crise desapareceu, o dinheiro corre a céu aberto, o PIB está sólido, entra em Portugal milhões trazidos pelos turistas, os funcionários sorriem com a reposição do que lhe tirou o executivo anterior, os reformados foram aumentados em três euros, os bancos voltaram a rir às gargalhadas com a ajuda dos nossos impostos, a paz social foi contida porque os responsáveis habituais pela desestabilização fazem parte da governação. Ufa! Que paraíso! Até uma agência de rating deixou de nos tratar de lixo! Contudo... se assim é, que os pobres, os reformados e o pessoal que se sente injustiçado apresente a factura. É o caso dos enfermeiros, dos juízes, dos professores, não sei mais quem. Só faltam os reformados que de todo o tecido social, são aqueles que têm uma vida criminosamente miserável. Precisam de um guia que os convença que são a arma mais mortífera que existe à face da terra e devem fazer uso dela. Dito isto, é curioso observar os camaleões dos políticos. Quando as agências na sua maioria americanas nos atiraram para o fundo do caixote do lixo, disseram raios e coriscos delas e com razão. Afirmaram que Portugal não devia ser dirigido por essas centrais capitalistas, que os seus pareceres eram manipulados, que o país podia viver sem as suas decisões, etc. Agora que pelo menos uma foi ao recipiente tirar-nos da imundice, estão todos contentes, dizem que são competentes (eles não dizem assim, antes Portugal é competente), sorriem ao capital que já faz fila para entrar as fronteiras que, de resto, sempre estiveram abertas por imposição da nossa amiga União Europeia. Acredite quem quiser. Por mim, não sei porquê, acho tudo isto uma fantasia que tarde ou cedo se revelará na sua trágica dimensão. E não é por culpa do nosso Ministro das Finanças que me parece um homem simples, competente, desprendido de honras e foi capaz de construir um esquema (eles dizem engenharia) financeira que pôs os iluminados de Bruxelas roídos de inveja e de rastos na sua competência aprendida a granel nas universidades democráticas. De todo o grupo que forma a dita geringonça, só Jerónimo de Sousa me parece o mais equilibrado, que não cai na tentação de baralhar e tornar a dar. Move-se por princípios e daí a consistência das suas ideias e modos de actuação.