quinta-feira, setembro 14, 2017

Quinta, 14.
Interessante almoço no Príncipe falado em inglês e português, reunindo à mesa o Carlos, o filho que é geólogo e trabalha em Londres e a mulher vietnamita. Tal como o pai, o filho também se inclina à arte e a consorte segue o mesmo caminho. Daí que pintores, épocas, escolas, tenham estado sentados à mesma mesa num diálogo por vezes arrebatador. O Irmão tem aquela obsessão de tudo saber e tudo impor aos outros, mas no final acaba sempre em franca amizade, esquecidos logo os ímpetos, os longos monólogos em que todos o deixam abandonado à ladainha que o alimenta e o torna afinal credor de mil efctos.

         - João Corregedor com quem tomei café na Brasileira, aceitou fazer a apresentação de O Rés-do-Chão de Madame Juju. Generoso e amigo, aceitou o convite e vendo-me preocupado com as pequenas gralhas e erros gramaticais que sempre aparecem e me fazem sofrer, propôs-se rever o original.

         - A campanha para as autárquicas está ao rubro. Em verdade, nós os esquecidos, maltratados, ignorados durante quatro anos, conhecemos pela porta do cinismo e do oportunismo, quanto somos estimados e protegidos. É caso para dizer como Voltaire: Un jour tout sera bien. Voilà notre espérance. Tout est bien aujourd´hui. Voilà  l ´illusion.


         - Apesar de a água estar verdadeiramente fria e, por isso, pouco convidativa ao mergulho, não deixei de nadar meia hora sob um céu azul luminoso e um vento que salmodiava em torno da quinta.