Quinta, 7.
Como
era de esperar, os atingidos pelos fogos estão entre a espada e a parede dos
gananciosos que parece são muitos a ficar com o dinheiro que o povo, a UE, mais
não sei que organização lhes doou para reconstruírem as suas vidas. Vai por aí
um jogo político e autárquico, cada um a puxar a brasa à sua sardinha, quero
dizer ao seu bolso. Só os infelizes, como um casal de velhotes que ficou sem
nada e os querem presentear com apenas 5 mil euros, “para nos calarmos” dizia a
velhota. Obrigam-nos a transformarem-se em unidade agrícola, para poderem
auferir de dez mil euros, eles que apenas cultivam com a ajuda da filha e do
genro, uma leira para consumo próprio. A safadeza da máquina do Estado não é por
acaso que não distingue cada um de nós, querendo-nos amarrados ao colectivo
para nos domar, humilhar e reduzir à insignificância de mais um entre milhões.
- Tendo começado a jornada pela
fresca, vi-me a dada altura em apuros quando montei acima do escadote de serra
eléctrica em punho para prosseguir na poda do medronheiro. Valeu-me a Piedade
que me ouviu gritar e veio em meu auxílio. Estava suspenso, num cai-que-não-cai
entre o escadote e os troncos da árvore. Um deles bateu-me em cheio na cara ao
cair. Felizmente nada que olvide a alegria do trabalho cujo resultado em beleza
aqui se documenta e não esqueça as escoriações no rosto e num braço.
- A caminho da Florida o furacão Irma
deixou um rasto tenebroso de morte e estragos ao passar nas Antilhas francesas
rumo a Porto Rico, República Dominicana, Haiti, Cuba, Florida. Os jornais falam
numa bomba para designarem a fúria da besta à velocidade de 250 km/hora. Contabiliza-se
para já dez mortos.