segunda-feira, setembro 18, 2017


Segunda, 18.
Em tempos de campanha para as autárquicas, refinam os candidatos na técnica da mentira e do palavreado tentador para atrair os incautos e aqueles que desamparados seguem pelo trilho mais fácil. A CDU, pela voz de Jerónimo de Sousa, veio dizer que quase tudo o que fez o PS, nunca teria sido realizado sem os comunistas. Assino de cruz. De facto, a maioria das acções sociais, sindicais, políticas levadas a cabo pelo Mágico e seus muchachos, nunca foram apanágio dos governos socialistas das diferentes vezes que estiveram no poder. Não está na sua natureza - pura e simplesmente. Aquela gente, para mim, não sabe onde se encaixar politicamente. Em verdade o socialismo que praticam, não passa de uma social-democracia neoliberal e mais valia que eles renunciassem às suas ideias estapafúrdias e se juntassem ao PSD - o que os separa é quase nada. Todas as acções de esquerda por eles tomadas, foram forçadas pelos que integram a CDU. De caviar e champanhe estamos nós borrachos.

         - É o PCP diferente de todos os outros. É. Embora com imensos erros de contacto com o poder, que corrompe, inflama o ego, solta raivas e desarranja a matriz cívica e ideológica que devia ser sempre a sua. Note-se neste pormenor. A edilidade de Palmela é há muitos anos dirigida pelo PCP. Contudo, na prática, não se distingue das outras governadas pela chusma de partidos do nosso leque político. Eu tenho o hábito de mandar por e-mail a contagem mensal da água. Ora, nunca aquelas criaturas me devolveram o gesto em cumprimentos ou simples acusação de recepção. Como querem o meu voto, anteontem, agradeceram “a vossa excelência” a amabilidade do consumo. Quer dizer: durante anos ignoram-me, hoje sou tratado como se fosse o Cavaco Silva ou um qualquer soba africano de... Excelência.

         - Esta manhã, quando trabalhava de olhos postos na página ou no horizonte de verdura, surgiu vindo de um lugar longínquo do universo, um aceno na forma de um arrepio que ficou a pairar, tem-te-que-não-caias, uns farrapitos de chuva acinzentada. Uma mulher disse: “Homem, apressa-te que vem lá chuva!” O homem era já trôpego e não se apressou e a chuva não caiu.