Terça,
16.
A
máscara caiu: Chou-Chou que se dizia socialista e contou com o apoio do imérito
Hollande, acaba de se desmascarar com a formação do seu governo. À cabeça, como
primeiro-ministro, um franco-atirador que para chegar ao poleiro foi tudo e o
seu contrário, e o simples facto de ter sido o braço direito e a unha esquerda
de Alain Juppé coloca-o como suspeito e indigno de confiança.
Aquela marmelada de governo vai criar na França e na União Europeia,
provavelmente, a maior catástrofe. Eu interrogo-me muito sobre a ideia de
socialismo tal qual é anunciado a praticado pelos ditos socialistas. De facto,
aquele socialismo está entalado entre a direita e a esquerda e a bem dizer não
serve nenhuma ideologia. Pelo contrário, rouba a um lado e outro balbucios de
conceitos, com o único intuito de obter o poder. Aí instalado, em ziguezagues
económicos e linhas pensantes de puro oportunismo, está condenado a desaparecer
por inútil ou a prosseguir em países de cultura rasante à mediocridade.
- Entretanto, entre nós, o Governo
deslumbra com a magia das contas públicas. O ministro da Economia é um génio, o
primeiro-ministro o chefe de orquestra magistral, os socialistas no seu
conjunto uma organização saída dos princípios do código de pobreza e honra de
Madre Teresa de Calcutá, o país com dez milhões de gente feliz como no tempo do
sinistro Cavaco Silva que dizia ser Portugal um sucesso quando as empresas e os
portugueses faliam à desgarrada. Isto é a propaganda de que a dita esquerda é
alienada. A seguir vem a realidade, a
verdadeira, a autêntica, a que condena dois milhões e meio de cidadãos
trabalhadores e honestos a viver, perdão, a sobreviver com 320 euros/mês (dados
do INE), num país onde um deputado com três legislaturas tem automaticamente na
conta bancária 2800 euros/mês! De resto, este autêntico insulto da Democracia à
República, traduz-se, segundo o Diário de Notícias que fez o estudo há pouco tempo,
em mais 80 milhões de euros em dez anos, para não falar noutras benesses como o
seguro de saúde pago pelos contribuintes, os cartões bancários, a acumulação de
reformas privadas com subvenções vitalícias no público.