quarta-feira, maio 10, 2017

Quarta, 10.
A partir de agora, os dinossauros da política que tudo fazem para impedir que as novas gerações lhes roubem o lugar à manjedoura do poder, estão em maus lençóis. Concordando, apesar de tudo, com a modernidade que diz que só se é velho a partir dos cem anos, o efeito do jovem Macron de 39 anos, sem experiência política ou de governação, sem partido nem quadros, eleito presidente da França trouxe frustração e dor de cotovelo aos sabichões gongóricos. Que nunca mais eles ousem afastar os seus concidadãos sérios que queiram substituí-los com boas intenções e, se possível, sem os seus vícios e jogos sinistros.

         - A União Europeia, enfim, criou um prémio de jornalismo com o nome de Fernando de Sousa que merece o meu louvor. Convivi com o Fernando durante muitos anos. Primeiro, no Centro Universitário, depois na Rádio Universidade. Ele na Informação, eu na produção do programa Nova Musa. Nunca nos perdemos de vista. Quando ele vinha a Portugal, tomávamos café no Pátio Bagatela e relembrávamos os nossos tempos de juventude. Era um homem discreto, competente, equilibrado. Ele e o Fernando Balsinha ao deixaram-nos, posicionaram-me na rampa de partida.

         - No domingo, não sei se por acaso ou definitivo, na missa das 10,30 na igreja de S. Julião, não aconteceu aquela festa fingida que nos irmana num beijo ou cumprimento de mão, instalando no templo o desassossego que desarruma a concentração da oração e é produto da nova liturgia da Igreja.


         - Há uma notícia inquietante que se expande pela imprensa internacional: a Itália recusou ajuda a um barco carregado de 400 sírios em fuga. Vários apelos dos infelizes não surtiram efeito, aconselhados a pedir socorro a Málaga. No final morreram 268 pessoas incluindo 60 crianças. É um acto criminoso, embora não devamos imputar inteiramente a Itália, mas sim, desde o início das deslocações maciças de migrantes, à UE que não soube – nem sabe ainda – como lidar com o problema.