Quarta, 10.
A
partir de agora, os dinossauros da política que tudo fazem para impedir que as
novas gerações lhes roubem o lugar à manjedoura do poder, estão em maus
lençóis. Concordando, apesar de tudo, com a modernidade que diz que só se é
velho a partir dos cem anos, o efeito do jovem
Macron de 39 anos, sem experiência política ou de governação, sem partido nem
quadros, eleito presidente da França trouxe frustração e dor de cotovelo aos
sabichões gongóricos. Que nunca mais eles ousem afastar os seus concidadãos
sérios que queiram substituí-los com boas intenções e, se possível, sem os seus
vícios e jogos sinistros.
- A União Europeia, enfim, criou um
prémio de jornalismo com o nome de Fernando de Sousa que merece o meu louvor.
Convivi com o Fernando durante muitos anos. Primeiro, no Centro Universitário,
depois na Rádio Universidade. Ele na Informação, eu na produção do programa Nova Musa. Nunca nos perdemos de vista.
Quando ele vinha a Portugal, tomávamos café no Pátio Bagatela e relembrávamos
os nossos tempos de juventude. Era um homem discreto, competente, equilibrado.
Ele e o Fernando Balsinha ao deixaram-nos, posicionaram-me na rampa de partida.
- No domingo, não sei se por acaso ou
definitivo, na missa das 10,30 na igreja de S. Julião, não aconteceu aquela
festa fingida que nos irmana num beijo ou cumprimento de mão, instalando no
templo o desassossego que desarruma a concentração da oração e é produto da nova
liturgia da Igreja.
- Há uma notícia inquietante que se
expande pela imprensa internacional: a Itália recusou ajuda a um barco
carregado de 400 sírios em fuga. Vários apelos dos infelizes não surtiram
efeito, aconselhados a pedir socorro a Málaga. No final morreram 268 pessoas
incluindo 60 crianças. É um acto criminoso, embora não devamos imputar
inteiramente a Itália, mas sim, desde o início das deslocações maciças de
migrantes, à UE que não soube – nem sabe ainda – como lidar com o problema.