Quarta, 17.
O
que disse Jesus Cristo a propósito do sexo, essa explosão de vida que brota do
corpo, sobretudo na adolescência, sem controlo? Esta questão tem atravessado
gerações e é para a Igreja o pecado mais combatido, talvez por ser aquele –
admitindo que se trata de uma falta grave – o mais difícil de erradicar. A
Bíblia diz muito sobre isso, embora de uma forma, como direi, en passant. A começar por Mateus (15,
19-20) e a terminar em Marcos (7, 20-21), ambos remetem para a cabeça de cada
um de nós, isto é, para o coração os actos menos dignos e susceptíveis de
condenação. O sexo e a sua prática, surge no rol de muitas outras acções que Cristo
condenou e são sancionadas hoje pelas sociedades modernas, como prostituição,
roubos, assassínios, adultérios, ambições, iniquidades, devassidão, inveja,
orgulho, etc. Mas uma palavra
concreta, uma condenação, um castigo que eu saiba não se encontra na palavra de
nenhum dos quatro Evangelistas que trataram de perto com o Nazareno. Em certo
sentido, podemos dizer que os actos indignos que cada um de nós pratica, são
obscenos ou indecorosos quando metemos neles ódio e vingança, dor e objectivo
nítido de atingirmos o próximo fazendo-o sofrer e humilhar. Marcos (15, 21) não
pode ser mais claro: “Todas as maldades saem de dentro e tornam a pessoa
impura.”
- Wittgenstein é um ser humano encantador,
um filósofo inseguro e traumatizado que se dá a conhecer sem preconceitos
embora sob reserva. É dele esta frase: “Si tu veux rester dans l´ordre du
religieux, il faut te battre." Foi o que ele fez até ao limite do desespero.
- Dois telefonemas hoje: da Annie em
longa conversa política (ela acredita piamente em Emmanuel Macron); do
Corregedor a desafiar-me para almoçar.