Domingo, 7.
A
crónica de hoje do nosso monge pregador, traz as mesmas interrogações que eu
formulo ao longo da minha vida e às quais vou ter que encontrar uma resposta.
Eu e se calhar os católicos e, sobretudo, a Igreja também.
- Será verdade que Deus, para nos libertar do
poder do mal, precisava de fazer morrer o seu Filho no horror da cruz?
- Gostará Deus do sofrimento de quem mais
ama?
- Poderá ser invocado um ser tão sádico?
- Será que Deus gosta mais de nós do que o
seu próprio Filho?
- Não será este amor perverso?
- Ao fim e ao cabo
Jesus foi condenado por Deus ou por uma coligação de Herodes e Pôncio Pilatos?
- Mas que ideia foi essa, tão pouco
celestial, a de fazer com que crianças inocentes assumam a reparação dos
estragos feitos pelos pecados dos adultos? (Refere-se Frei Bento Domingues
aos três Pastorinhos.)
Estas são as interrogações, mas há mais: as exclamações:
- Se era Deus que O entregou, os adversários
que o executaram estavam a cumprir a vontade de Deus!
- Jesus é um amado de Deus que entrega a sua
vida para que seja perfeita a alegria de todos!
- O seu programa recusava a dominação
económica, política e religiosa (e religiosa assento-o eu!) que crucifica a
vida das pessoas, seja onde for. O amor ao sofrimento é doença; o esforço para
procurar vencer o próprio sofrimento e o dos outros, nas suas causas e consequências,
é amor da vida, é descrucificar.