sexta-feira, maio 12, 2017

Sexta, 12.
Ontem, quando desci ao Rossio, encontrei um amigo que não via há algum tempo. Palavra puxa palavra e venho a saber que ele conhece o João Corregedor e não só conhece como me conta o que ele, João, lhe disse de mim. Ouvia e, à medida que ia escutando, ia ficando embaraçado e até corei, imaginem, à mon âge! Não sabia que era tão importante, tão talentoso, tão especial! Se tivesse ali um buraco tinha desaparecido. Pondo de lado os elogios, o que constatei é que o meu amigo de longa data, do tempo em que ambos éramos jornalistas, conhece muito do meu percurso em várias áreas.

         - Os médicos fizeram greve anteontem e ontem provando que o Mágico não conseguiu hipnotizá-los com a sua arte. Um chefe dos clínicos, apareceu na televisão reivindicando neste português da mais pura água: “O Governo tem que destroikar o país!”

         - Eu devia andar de crista levantada num có-có-ró-có repenicado. Mas, não. Ando confuso, apreensivo. Recebi do editor João Rodrigues da Sextante, um e-mail que me tocou profundamente pelo conteúdo elogioso ao O Rés-do-Chão de Madame Juju, ele que é dos poucos homens de cultura com sabedoria e bagagem para a Edição. Por outro lado, tenho uma reunião agendada para quinta-feira da próxima semana, com outro editor por quem tenho muito apreço. Acresce que o Juiz Apostolatos, tendo começado esfarrapado, está de súbito na linha romanesca e tem avançado com alguma ligeireza. Há ainda o João Corregedor que ontem me disse que não se conforma que um amigo seu, director de uma das maiores editoras portuguesas, não tenha arranjado tempo para estar com ele. Com tantas perspectivas, vivo no fundo do desespero, da descrença inimiga do trabalho do escritor.


         - O Papa Bergoglio chega esta tarde à Cova da Iria. Vem em missão episcopal e vai canonizar Jacinta e Francisco dois dos Pastorinhos. À roda do acontecimento, muito espectáculo ridículo e muito aproveitamento por parte da liderança socialista e do homem dos afectos.