Sexta,
12.
Ontem,
quando desci ao Rossio, encontrei um amigo que não via há algum tempo. Palavra
puxa palavra e venho a saber que ele conhece o João Corregedor e não só conhece
como me conta o que ele, João, lhe disse de mim. Ouvia e, à medida que ia
escutando, ia ficando embaraçado e até corei, imaginem, à mon âge! Não sabia que era tão importante, tão talentoso, tão
especial! Se tivesse ali um buraco tinha desaparecido. Pondo de lado os
elogios, o que constatei é que o meu amigo de longa data, do tempo em que ambos
éramos jornalistas, conhece muito do meu percurso em várias áreas.
- Os médicos fizeram greve anteontem e
ontem provando que o Mágico não conseguiu hipnotizá-los com a sua arte. Um
chefe dos clínicos, apareceu na televisão reivindicando neste português da mais
pura água: “O Governo tem que destroikar o país!”
- Eu devia andar de crista levantada
num có-có-ró-có repenicado. Mas, não. Ando confuso, apreensivo. Recebi do
editor João Rodrigues da Sextante, um e-mail que me tocou profundamente pelo
conteúdo elogioso ao O Rés-do-Chão de
Madame Juju, ele que é dos poucos homens de cultura com sabedoria e bagagem
para a Edição. Por outro lado, tenho uma reunião agendada para quinta-feira da
próxima semana, com outro editor por quem tenho muito apreço. Acresce que o Juiz Apostolatos, tendo começado
esfarrapado, está de súbito na linha romanesca e tem avançado com alguma
ligeireza. Há ainda o João Corregedor que ontem me disse que não se conforma
que um amigo seu, director de uma das maiores editoras portuguesas, não tenha arranjado
tempo para estar com ele. Com tantas perspectivas, vivo no fundo do desespero,
da descrença inimiga do trabalho do escritor.
- O Papa Bergoglio chega esta tarde à
Cova da Iria. Vem em missão episcopal e vai canonizar Jacinta e Francisco dois dos Pastorinhos. À
roda do acontecimento, muito espectáculo ridículo e muito aproveitamento por
parte da liderança socialista e do homem dos afectos.