Segunda,
29.
A
senhora Merkel, resumindo as duas cimeiras em que participou – NATO e G7 –
preveniu: “Nós europeus, temos de agarrar as rédeas do nosso próprio destino.” Implícito
está a introdução de uma nova forma de ver o mundo arrastada por Donald Trump e
pela saída do Reino Unido da União Europeia. Por outras palavras, o velho continente, madraço,
corrupto, povoado por um batalhão de políticos que partilham as benesses e a
vida-airada, mais uma vez, quer meter medo aos povos dizendo-lhes que quem não
está com ele está contra ele e, portanto, sem Europa unida em torno do euro,
bem entendido, será a desgraça. Alguns apostam no pobre Chou Chou para a
dinamizar, outros espreitam a oportunidade para introduzir novas e mais
apertadas formas de viver, onde os países pobres sustentam os países ricos. Ninguém
pára para pensar e ver que a Europa desde a sua fundação económico-financeira,
nunca conheceu a paz, nem teve o reconhecimento dos povos em eleições livres. Tem
sido sempre a instabilidade, os impostos a subir, a autonomia a desaparecer, a
prepotência a reinar, a pobreza a alastrar. A política hoje é espectáculo,
aldrabice, idiotice, hipocrisia e incompetência. Os povos ajudam à festa, a
desgraça tapa-se com uma partida de futebol, uma ida a Fátima, um fado triste dedilhado
num beco umbroso de um qualquer lugar imobilizado na nossa charlataneada existência.