Terça, 9.
Entremos
então no charco da política de que a França é o paradigma mais próximo.
Chou-Chou ganhou a presidência, a senhora Le Pen perdeu-a por larga margem. Penso
por sua culpa. De facto, aquele frente a frente televisivo, foi um desastre.
Madame deixou-se embalar pela imagem de um Trump grosseiro, um Maduro
arruaceiro, um Costa intempestivo, um Erdogan tirânico, um Ramzan Karydov
fascista e achou que aquela demagogia exercida pelos seus confrades, lhe daria
a vitória. Não percebeu o povo francês nem as circunstâncias excepcionais que
tinha para vencer. Conclusão: a França vai continuar a patinar, guiada pelos
mesmos, unanimemente empenhados nos seus interesses mesquinhos, indiferentes
aos povos que espezinham já sem qualquer respeito. Basta ver o quadro
partidário, para se constatar que ela interessou pelo menos 24 por cento de
franceses, é hoje o segundo maior partido, e junta com os 4 milhões que votaram
nulo (um record), obtém praticamente o empate que irá paralisar o país já nas
eleições legislativas. A pouca vergonha da manipulação jornalística, todos
contra ela, os diplomatas “democratas” colocados nas embaixadas estrangeiras a
ameaçar que se ela ganhasse abandonavam os seus postos, apesar de tanta
afronta, ela ter conseguido atingir onze milhões de leitores, é obra!
- Mas a política também nos oferece
momentos hilariantes, valha-os isso! Por exemplo, aquele em que o falhado
Hollande, hoje com apenas 8 por cento de fanáticos socialistas, de braço dado
com o novo Presidente na cerimónia comemorativa do dia em que a França derrotou
a Alemanha na Segunda Grande Guerra, ele que uma semana antes havia declaro “Il
(Macron) m´a trahi avec méthtode”; ou aquele arrependimento de Walls pronto
para dar o braço ao anterior inimigo figadal, ou, ou tantos são os sapos que
esta gente sem a mínima dignidade ingere.
- A União Europeia e todos os seus
abastados oportunistas, abriu os braços de contentamento por Chou-Chou ter
jurado fidelidade aos progressos sociais que ela tem expandido desde que nasceu
e à paz podre que tem “impedido uma nova guerra na Europa”. Tanto assim é que
os franceses já lhe responderam com uma grande manifestação ontem em Paris e
por toda a França. Eles não esquecem que Chou-Chou, enquanto ministro da Economia, produziu uma lei de trabalho imprópria para gente honesta e que foi
no período da sua governação que o desemprego mais subiu. Isto sem falar da
salada que saiu de uma França desgovernada, dividida, fragmentada por diversos
agentes políticos, onde não se lhe reconhece o brilho de outros tempos. A
globalização tão grata a Chou-Chou e à casta de políticos manipuladores,
estendeu-se à imagem de uma França e de uma Europa hoje transformadas em um
qualquer país do terceiro mundo.
- Ontem fiz uma hora de natação
completamente só na piscina aqui da vila. Perdão, maneira de falar. Em
verdade acompanhou-me um fantasma sempre ao meu lado, mirando-me atentamente.