terça-feira, maio 09, 2017

Terça, 9.
Entremos então no charco da política de que a França é o paradigma mais próximo. Chou-Chou ganhou a presidência, a senhora Le Pen perdeu-a por larga margem. Penso por sua culpa. De facto, aquele frente a frente televisivo, foi um desastre. Madame deixou-se embalar pela imagem de um Trump grosseiro, um Maduro arruaceiro, um Costa intempestivo, um Erdogan tirânico, um Ramzan Karydov fascista e achou que aquela demagogia exercida pelos seus confrades, lhe daria a vitória. Não percebeu o povo francês nem as circunstâncias excepcionais que tinha para vencer. Conclusão: a França vai continuar a patinar, guiada pelos mesmos, unanimemente empenhados nos seus interesses mesquinhos, indiferentes aos povos que espezinham já sem qualquer respeito. Basta ver o quadro partidário, para se constatar que ela interessou pelo menos 24 por cento de franceses, é hoje o segundo maior partido, e junta com os 4 milhões que votaram nulo (um record), obtém praticamente o empate que irá paralisar o país já nas eleições legislativas. A pouca vergonha da manipulação jornalística, todos contra ela, os diplomatas “democratas” colocados nas embaixadas estrangeiras a ameaçar que se ela ganhasse abandonavam os seus postos, apesar de tanta afronta, ela ter conseguido atingir onze milhões de leitores, é obra!

         - Mas a política também nos oferece momentos hilariantes, valha-os isso! Por exemplo, aquele em que o falhado Hollande, hoje com apenas 8 por cento de fanáticos socialistas, de braço dado com o novo Presidente na cerimónia comemorativa do dia em que a França derrotou a Alemanha na Segunda Grande Guerra, ele que uma semana antes havia declaro “Il (Macron) m´a trahi avec méthtode”; ou aquele arrependimento de Walls pronto para dar o braço ao anterior inimigo figadal, ou, ou tantos são os sapos que esta gente sem a mínima dignidade ingere.

         - A União Europeia e todos os seus abastados oportunistas, abriu os braços de contentamento por Chou-Chou ter jurado fidelidade aos progressos sociais que ela tem expandido desde que nasceu e à paz podre que tem “impedido uma nova guerra na Europa”. Tanto assim é que os franceses já lhe responderam com uma grande manifestação ontem em Paris e por toda a França. Eles não esquecem que Chou-Chou, enquanto ministro da Economia, produziu uma lei de trabalho imprópria para gente honesta e que foi no período da sua governação que o desemprego mais subiu. Isto sem falar da salada que saiu de uma França desgovernada, dividida, fragmentada por diversos agentes políticos, onde não se lhe reconhece o brilho de outros tempos. A globalização tão grata a Chou-Chou e à casta de políticos manipuladores, estendeu-se à imagem de uma França e de uma Europa hoje transformadas em um qualquer país do terceiro mundo.


         - Ontem fiz uma hora de natação completamente só na piscina aqui da vila. Perdão, maneira de falar. Em verdade acompanhou-me um fantasma sempre ao meu lado, mirando-me atentamente.